09 de Novembro de 2024
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POLÍCIA Quarta-feira, 25 de Setembro de 2024, 10:33 - A | A

25 de Setembro de 2024, 10h:33 - A | A

POLÍCIA / CRIME BÁRBARO

Quatro pessoas morrem vítimas de chacina em garimpo ilegal no interior de MT

Crime foi descoberto após casal vítima do massacre ser desovado na porta de hospital. Polícia acredita que crime possa ter sido cometido por grupo de faccionados.

Ari Miranda
Única News



Quatro pessoas foram executadas em uma chacina ocorrida em um garimpo ilegal, na Terra Indígina Sararé na segunda-feira (23), em Pontes e Lacerda (444 Km de Cuiabá). Duas vítimas do massacre foram identificadas como Fábio Tavares Siriano (33) e sua esposa, Flávia Melo Miranda Soares (20), que morreu a caminho do hospital.

Segundo boletim de ocorrência, a descoberta da chacina aconteceu logo após a equipe do Hospital Vale do Guaporé acionar a Polícia Militar, com a informação de que o casal tinha sido “abandonado” na porta da unidade de saúde, feridos por disparos de arma de fogo.

De acordo com a equipe médica, Flávia e Fábio foram trazidos do Garimpo do Sararé e deixados no hospital por um grupo de pessoas, que chegaram ao local em uma caminhonete Toyota Hilux, destacando que, ao ser deixada, a jovem já estava morta. Já o esposo dela passou por cirurgia e sobreviveu.

Após ser reportada pela PM sobre o crime, a Polícia Civil enviou equipes de investigação ao Garimpo do Sararé, para apurar os fatos e descobriram que o crime se tratava de uma chacina, localizando ainda outros três homens mortos no local e que ainda não foram identificados.

Conforme o delegado de Polícia Civil João Paulo Berté, a motivação da chacina teria sido uma disputa de território dentro da terra indígena para a garimpagem de ouro, ressaltando ainda que uma das linhas de investigação é a de que os executores do crime tenham ligações com uma facção criminosa em atividade na região.

Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Pontes e Lacerda para exames de necropsia e identificação oficial.

A Polícia Civil segue investigando o caso.

(Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

FLÁVIA MIRANDA CHACINA SARARÉ

A jovem Flávia Miranda, uma das vítimas da "Chacina do Sararé".

“LUGAR ERRADO, HORA ERRADA”

Investigações feitas no local do crime revelaram que Flávia Miranda era natural do estado do Acre, destacando ainda que a jovem tinha chegado recentemente ao garimpo, vinda da cidade de Porto Velho, capital de Rondônia, para passar alguns dias com o esposo.

Em entrevista ao portal g1 Acre, familiares de Flávia disseram que estão tentando entender o que aconteceu no garimpo e porque a jovem foi assassinada.

"Não temos informações direito, falam muita coisa. O que sabemos é que entraram atirando em todo mundo, era uma briga por terra. Ela estava no lugar errado e hora errada", disse Daniele Soares, irmã de Flávia.

Ainda segundo a irmã, Flávia havia se mudado para Porto Velho há cerca de um ano e estava casada com Fábio há cerca de oito meses, destacando que após se casar, a jovem fazia viagens frequentes à cidade de Pontes e Lacerda para ver o marido, que trabalhava no garimpo.

"Ele [Fábio] trabalhava lá [no garimpo]. Sei que ele está vivo, passou por cirurgia e queremos saber mais informações. A gente não perguntava muito sobre esse marido dela, não sabemos muito o que fazia", destacou.

"Todo dia ela ligava e falava com a gente. Há um mês estivemos em Porto Velho, nos encontramos. Ela avisou para o meu pai que ia ver ele [Fábio], mas era normal. Ela ficava de um a dois dias e depois voltava [para Porto Velho]", complementou.

Até onde sabe, Daniele disse que sua irmã foi atingida com um tiro no pé e morreu no caminho até o hospital, após perder uma grande quantia de sangue.

Após a necropsia, o corpo de Flávia Miranda foi transladado de avião por uma funerária de Pontes e Lacerda para Rio Branco (AC), onde será velada e sepultada nesta quarta-feira (25).

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