Única News
Da Redação
Um balanço da operação Acqua Ilicita, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual na manhã da última quinta-feira (20), revelou o terror e as pressões psicológicas impostas por faccionados do Comando Vermelho a comerciantes da grande Cuiabá.
“Vários comerciantes não estavam suportando mais serem coagidos, não conseguem trabalhar porque as facções impõem medo, impõem cobrança de taxas”, afirmou o delegado do Gaeco, Hércules Batista, destacando que as coações às vítimas eram feitas pessoalmente e por meio de mensagens via WhatsApp.
A Operação teve como alvos integrantes da organização criminosa envolvidos no esquema, onde proprietários de distribuidoras de água mineral eram coagidos pelo bando a comprarem o produto para revenda apenas com fornecedores autorizados pela facção, cobrando ainda uma taxa de R$ 1 por galão vendido em Cuiabá, Várzea Grande e nas cidades de Nobres e Sinop (a 121 e 500 Km de Cuiabá).
Durante a deflagração da operação, os faccionados Fabio Junior Batista Pires, vulgo “Farrame” e Gilmar Machado da Costa, o “Gilmarzinho”, que também atuava como líder comunitário do bairro Nova Conquista, em Cuiabá, morreram em confronto com agentes do Gaeco. Ambos reagiram à abordagem dos agentes durante o cumprimento dos mandados, em pontos distintos do bairro, situado na região da grande Morada da Serra, na Capital.
De acordo com as investigações, somadas as arrecadações da venda de água nas quatro cidades, a facção criminosa movimentava mais de R$ 1,5 milhão por mês com o esquema, que beneficiava a célula mato-grossense da facção e o alto escalão da organização, no Rio de Janeiro.
Reprodução | Montagem

No detalhe, o criminoso Gilmar da Costa Machado, que em fevereiro de 2024 foi homenageado com moção de aplausos pelo vereador Jeferson Siqueira.
ALVOS MORTOS
Conforme o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Fábio Junior já havia sido alvo de outra ação policial pelo crime de extorsão a Operação "Red Money", deflagrada em 8 de agosto de 2018 pela Polícia Civil e que investigou um esquema da facção, que movimentava dinheiro ilicitamente em 10 municípios de MT por meio da prática de extorsão de comerciantes, cobranças de taxas pela venda de drogas e lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada.
Gilmar, por sua vez, havia sido preso em 2020 por tráfico de drogas no bairro Nova Conquista, sendo condenado em 2021 pelo crime. Porém, no passado, o criminoso, que estava em liberdade, recebeu uma moção de aplausos da Câmara de Cuiabá, concedida pelo vereador Pastor Jefferson Siqueira (PSD), que justificou a concessão da honraria a Gilmarzinho "pelos serviços prestados por ele enquanto líder comunitário do Nova Conquista".
ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI
RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1 - GRUPO 2 - GRUPO 3