18 de Janeiro de 2025
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POLÍCIA Quarta-feira, 05 de Junho de 2024, 16:08 - A | A

05 de Junho de 2024, 16h:08 - A | A

POLÍCIA / ALVO DA DIAPHTORA

Delegado preso em operação e que teria recebido propina de Silval Barbosa pede demissão

Gerdan Fontenelle fez comunicado à Diretoria Geral da Polícia Civil na segunda-feira (3). Pedido será analisado.

Ari Miranda
Única News



O delegado de Polícia Civil, Geordan Fontenelle Rodrigues, preso no mês de abril por suspeita de envolvimento em uma esquema de corrupção na Delegacia de Peixoto de Azevedo (673 km de Cuiabá), pediu demissão do cargo na segunda-feira (3).

Fontenelle foi preso no dia 17 de abril, durante a Operação Diaphthora, da Polícia Civil, que investigou a criação de uma espécie de “gabinete do crime” dentro da Delegacia de Peixoto para o recebimento de propinas.

Geordan estava em estágio probatório, que terminaria em novembro. O Única News tentou contato com a defesa do investigado, porém sem sucesso.

Feito o pedido de demissão, o documento agora passará pela análise da assessoria jurídica e da Diretoria Geral da Polícia Civil (DGPC) para as providências cabíveis. No entanto, as investigações sobre a conduta do delegado continuarão.

Em 23 de abril deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido de liberdade a Geordan Fontenelle. Todavia, em 16 de maio, o delegado foi solto com a aplicação de medidas cautelares, como o recolhimento de seu passaporte, uso de tornozeleira eletrônica e afastamento das funções.

(Foto: Reprodução/Internet)

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O ex-governador Silval Barbosa.

PROPINA DE EX-GOVERNADOR

Um relatório desenvolvido pela Polícia Civil apontou que Giordan Antunes Fontenelle recebeu propina do ex-governador de MT, Silval Barbosa.

Silval Barbosa foi preso em setembro de 2015 na operação Sodoma, que investigava fraudes na concessão de incentivos fiscais do estado. O esquema foi montado por servidores públicos para favorecer algumas empresas.

Conforme o documento, o ex-governador era investigado em um inquérito policial conduzido por Fontenelle. Silval deveria ter sido ouvido no dia 06 de outubro de 2022. Porém, a defesa do ex-chefe do Executivo entrou com um pedido para a procedimento fosse adiado, sendo remarcado para o dia 03 de novembro.

O relatório da operação apontou que, neste intervalo, o sobrinho de Silval, Antônio da Cunha Barbosa Neto, esteve na delegacia comandada por Giordan, onde chegou com uma mochila, supostamente com dinheiro de propina, e deixou a delegacia sem o acessório.

Tempos depois, Giordan chegou à delegacia dirigindo uma camionete Mitsubishi L200, que estava em nome do sobrinho de Silval. Em 17 de outubro, o veículo foi transferido para nome da esposa de Giordan, Letícia Cristina de Souza Araújo.

"Para as investigações, é possível inferir que esse veículo também foi transferido como parte do pagamento de propina ao Delegado de Polícia Civil Giordan, pois, durante toda a investigação, demonstrou ser uma pessoa que anseia por dinheiro ilícito e se utiliza das atribuições de seu cargo para angariar tais vantagens indevidas", diz trecho do documento.

OPERAÇÃO DIAPHTORA

As investigações apontaram que Giordan, ao lado de outros policiais, solicitava o pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos; exigiam pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e, ainda, pagamentos mensais sob a uma cooperativa instalada no município para dificultar a chegada no local de procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.

Todos os esquemas e acertos levam à conclusão de que existia um verdadeiro “gabinete do crime”.

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