Marcella Magalhães
Única News
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (12) a Operação Escudo de Palha, para investigar o desmatamento ilegal na terra indígena Menkragnoti, nas proximidades da aldeira Kotori, no município de Peixoto de Azevedo (672 km de Cuiabá).
A investigação teve início em fevereiro de 2022, após denúncia recebida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) de Cuiabá, relacionada à extração ilegal de madeira na terra indígena. Segundo a denúncia, nas proximidades da aldeia, havia cerca de dois mil metros cúbicos de madeiras cortadas e prontas para serem retiradas.
De acordo com as informações, madeireiros da cidade de Peixoto de Azevedo teriam cooptado as lideranças indígenas da aldeia Kororoti, ofertando cerca de R$ 70 mil para a retirada dessa madeira.
Com base na denúncia, no mesmo mês, foi realizada uma ação conjunta entre Polícia Federal, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Delegacia Especializada do Meio Ambiente (DEMA) que se deslocaram até o local e detectaram, após sobrevoo de helicóptero, o desmatamento e a existência de madeiras cortadas.
Na ocasião, dentro da Terra Indígena e nos seus arredores, foram realizadas apreensões de arma e veículos pelo IBAMA. Devido às condições de conservação dos veículos, associado ao fato dos locais em que foram encontrados serem de difícil acesso e com a finalidade de cessar o crime ambiental, os mesmos foram inutilizados.
A ação faz parte do programa Guardiões do Bioma. Foram cumpridos 6 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Sinop (479 km de Cuiabá), nas cidades de Matupá, Guarantã do Norte e Peixoto de Azevedo, no Estado de Mato Grosso, além da cidade de Iporá /GO.
Os mandados cumpridos desta terça-feira têm foco nos possíveis participantes dos crimes, dentre eles madeireiros e uma liderança indígena. Os investigados podem responder pelos crimes ambientais de desmatamento e óbice a ação fiscalizadora do Poder Público, com penas de até 4 anos de reclusão e 3 anos de detenção, respectivamente, e associação criminosa, com pena de até 3 anos de reclusão, dentre outros crimes.
O nome da operação, Escudo de Palha, é decorrente da aparente proteção que os indígenas locais empreendiam em favor da floresta, quando na verdade a proteção era facilmente sobrepujada por suborno em favor de liderança local.
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