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POLÍCIA Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016, 07:09 - A | A

26 de Setembro de 2016, 07h:09 - A | A

POLÍCIA / TRAGÉDIA NACIONAL

Pai que matou filhos deixou carta: 'Não poderiam conviver com traição'

Crianças tinham 3 e 4 anos, e foram encontradas na cama junto com o pai. Doutor está internado e responderá por homicídio duplo qualificado.

Do G1



Família morava no Jardim Ouro Verde em Rio Preto (

assassinato, casa

 

O zootecnista que matou os dois filhos de 3 e 4 anos a facadas e tentou cometer o suicídio escreveu uma carta "explicando" a motivação do crime que chocou os moradores de um bairro de classe média, o Jardim Ouro Verde, em São José do Rio Preto (SP), no domingo (25). No bilhete escrito à mão, ele relata que descobriu uma traição e que não suportaria que os filhos vivessem sabendo disso. 

 

A carta escrita à mão foi encontrada pela polícia no quarto em que ele estava com as crianças. Hugo Imaizumi tem 41 anos e é doutor em Ciência Animal pela Universidade de São Paulo (USP). No bilhete, ele "expressou decepção" e se despediu da mulher, uma fisioterapeuta, de 39 anos.

 

Segundo o delegado José Luiz Chain, que atendeu à ocorrência e divulgou o teor do bilhete, a mulher relatou que o casamento já estava praticamente acabado por conflitos e incompatibilidade. Na carta, o Hugo também se despede de parentes e irmãos, e alega que o "componente infidelidade" foi a motivação do crime.

 

"É claro, que ele queria puni-la [a esposa] tirando a vida dos dois filhos e tentando tirar a sua própria vida sem sucesso. Ele está internado e, ao que me consta, sem risco de morte."

 

Chain afirma que Hugo está preso em flagrante, sob vigília no Hospital de Base (HB) e, assim que receber alta, será encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP), onde responderá por homicídio duplo qualificado. A pena é de 12 a 30 anos de reclusão. "As crianças não puderam se defender e, conforme análise técnica, poderá caber ainda motivo fútil. Acima de tudo foi uma barbaridade, uma tragédia que abala toda a cidade", disse

 

Feridos no pesçoco

 

Segundo a polícia, a fisioterapeuta acordou no meio da noite e viu que o marido não estava ao seu lado. Ela foi até o quarto dos filhos e percebeu que estava trancado. A polícia informa que ela foi até a janela do quarto e viu as duas crianças e o marido deitados e feridos no pescoço.

Depois de pedir socorro para os vizinhos, a fisioterapeuta correu para a Unidade de Pronto Atentimento (UPA), que fica a três quarteirões da casa dela. Vizinha há pelo menos 10 anos, a dona de casa Maria de Lourdes Vieira diz que está chocada. "Estava deitada e vi uns clarões e até achei que era assalto, quando abri a janela vi ela aqui na frente gritando que o marido tinha matado os filhos, uns anjinhos que vinham me chamar no portão. Foi muito chocante, a gente até perde o sentido na hora porque a gente não sabe o que faz. Os vizinhos da frente que a acolheram porque ele se trancou com os celulares no quarto", diz.

 

Entenda o caso

 

De acordo com informações do boletim de ocorrência, por volta das 2h, a mãe das crianças foi até a Unidade de Pronto Atentimento (UPA) do Jardim Tanguará e, desesperada, avisou a um dos guardas municipais que seu marido havia matado os dois filhos a facadas.

 

Os guardas foram até a casa com a mulher, onde encontraram o homem deitado na cama com as duas crianças. Conforme o registro policial, eles tentaram reanimar as crianças até a chegada do resgate, mas não conseguiram. Os dois irmãos foram mortos pelo pai com facadas na jugular, segundo a polícia.

 

Ele teria tentado cometer o suicídio em seguida e foi encontrado com várias perfurações no peito e ainda com a faca cravada no pescoço. Apesar de gravemente ferido, ele foi socorrido com vida ao Hospital de Base de Rio Preto, onde está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As crianças foram enterradas no domingo (25) à tarde, no cemitério Jardim da Paz, em Rio Preto.

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