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POLÍCIA Quinta-feira, 25 de Janeiro de 2018, 16:30 - A | A

25 de Janeiro de 2018, 16h:30 - A | A

POLÍCIA / CASO RODRIGO CLARO

Pedido de MP e 8º atestado não devem impedir que Ledur seja ouvida pela Justiça

Daffiny Delgado



(Foto: Reprodução/Web)

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Pela primeira vez depois de um ano e dois meses da morte de Rodrigo Claro, a tenente Izadora Ledur, será julgada pelo crime de tortura do qual ela é acusada pelo Ministério Público do Estado (MPE). A primeira audiência sobre o caso será realizada na próxima sexta-feira (26), no Fórum da Capital.

 

Apesar dos diversos atestados médicos que a tenente tem apresentando e que vem impedindo sua investigação dentro do Corpo de Bombeiros, não impedirão que ela seja ouvida pelo juiz Marcos Faleiros, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

 

Conforme o advogado Eduardo Mahon, um dos mais famosos criminalistas de Mato Grosso, os atestados médicos diagnosticando estar depressiva e sem condições de voltar as suas funções na corporação, não devem impedir que ela seja julgada amanhã.

 

“Se houver uma definição pericial em que ela não está em condições de discernir e não tenha condições de se locomover – neste caso, se ela esteja internada por exemplo - há sim a necessidade do adiamento da audiência. Mas do contrário isso não deve impedir que ela seja ouvida amanhã”, explicou.

 

Para Mahon ainda que por se tratar da primeira audiência, ela não precisa necessariamente estar presente, tendo em vista, que a princípio terá primeiro as oitivas das testemunhas de defesa e de acusação, e só no final que ela deverá ser ouvida.

 

Para o pai de Rodrigo, o segundo tenente do Corpo de Bombeiros Antônio Claro, a família não quer nada a mais que a Justiça seja feita. “Apesar de a instituição do qual eu sirvo por 23 anos, me tratar como se fosse eu quem tivesse matado alguém, eu e mina família só esperamos que este caso sirva de exemplo para que esse tipo de pratica não seja mais feita dentro dos bombeiros”, afirmou.

 

A expectativa da primeira audiência do caso é esperada com muita ansiedade pela mãe do rapaz. Dona Jane Claro, explicou que desde a morte do filho o que vem mantendo a ela e o marido de pé é o apoio da família, a fé em Deus e o serviço comunitário com jovens dentro da igreja da cidade onde mora.

 

“Eu confesso que estou muito ansiosa e ao mesmo tempo não queria nunca olhar para o rosto da mulher que condenou meu filho a morte. Mas, tenho fé que tudo dará certo. Desde a morte de Rodrigo o que vem me mantendo de pé é o apoio da minha família, minha fé, os jovens da igreja que eu cuido. Ter o abraço deles todos os dias não tem preço, e não menos importante do acolhimento da imprensa do Estado”, explicou.

 

De acordo com o novo requerimento apresentado pelo MPE, o depoimento só pode não ocorrer se a justiça acatar com o pedido para o remanejamento do caso, da Sétima Vara Criminal para a 11° Vara Militar de Cuiabá.

 

O pedido foi feito pelos promotores Sérgio da Silva Costa, Januária Dorileo e Marcia Furlan, que afirmaram que o crime cometido por militar deve ser julgado pela Justiça Militar. "Mesmo que o delito não esteja tipificado no Código Penal Militar “exceto na hipótese de crime doloso (quando há a intenção) contra a vida de civil cometido por militar estadual", diz trecho de documento. A decisão do adiamento e do remanejamento deve ser decido pelo juiz Marcos Faleiros, responsável pelo caso.

 

Para dona Jane, se o caso for transferido para a justiça militar ela acredita que a justiça não será feita. "A justiça militar só favorece aqueles que tem poder ali dentro. Tenho muito medo de que a morte do meu filho não tenha justiça, pois não tenho fé neles", lamentou. 

 

O caso 

 

Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, morreu após ele passar mal durante o treinamento do 16° Curso de Formação, realizado na Lagoa Trevisan, em novembro de 2016. Ele chegou a ser levado para o Hospital Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por cinco dias.

 

Em depoimento, colegas de curso de Rodrigo informaram que ele vinha sendo submetido a diversos "caldos", e que chegou a reclamar de dores de cabeça e exaustão. Ainda assim, ele teria sido obrigado a continuar na aula pela tenente, que na época era responsável pelos treinamentos dos novos soldados da corporação.

 

Para o Ministério Público do Estado, Rodrigo ter apresentado dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios e, ainda assim, a oficial utilizar métodos abusivos nos treinamentos para puni-lo, revela ‘inequivocamente, o perfil perverso da tenente como instrutora'.

 

A Audiência

Deverão ser ouvidos na audiência desta sexta-feira diversos bombeiros, médicos, legistas e a delegada Juliana Palhares, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigou o caso na fase de inquérito.

 

Além das testemunhas, também deverão comparecer no Fórum todos os réus do processo: Izadora Ledur, Marcelo Augusto Revéles Carvalho, Thales Emmanuel da Silva Pereira, Diones Nunes Sirqueira, Francisco Alves de Barros e Enéas de Oliveira Xavier.

 

Veja Listas dos convocados para a audiência:

Airton  Arruda Santos, soldado bombeiro; Tiago Serafim Vieira, bombeiro; Maiuson da Silva Santos, bombeiro; Welton Juliano Almeida Costa, bombeiro; Gabriel Evaristo Gomes, bombeiro; Jeferson Ataide Sampaio, soldado bombeiro; Joilson Nunes da Silva, bombeiro militar lotado no DEIP – Diretoria de Ensino do Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Mato Grosso/Comando Geral BM MT; Licinio Ramalho Tavares, tenente-coronel bombeiro; Willckerson Adriano Cavalcante, tenente-coronel bombeiro; Alessandro Borges Ferreira, coronel bombeiro do Comando Geral do Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso; Daniel Sabino Faustino, soldado bombeiro do Comando Geral do Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso; Ismaile Ferreia Tibúrcio, soldado bombeiro do Comando Geral do Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso; Rafael Botelho Feijó dos Santos, soldado bombeiro do Comando Geral do Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso; Vanderlei Bonoto Cante, coronel bombeiro do Comando Geral do Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso; Heitor Alves de Souza, tenente bombeiro militar; Franciel Felizardo da Silva, bombeiro; Rossany Dourado de Lima, bombeiro; Paulo André da Silva Barroso; Matheus Gonçalves da Silva, bombeiro; Feijó dos Santos, soldado bombeiro, lotado no 3º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Rondonópolis; Marçal Júnior de Almeida Flores, bombeiro; Antonio Claro, tenente do Corpo de Bombeiros; Jane Patrícia Lima, do lar;Lucas Assunção Rodrigues; João Rainho Júnior; Lindomar Pereira de Araújo, fotógrafo; Nathalia Leite Oliveira Zeitoun, médica; Lindomar Pereira de Araújo,fotógrafo; Jessyca Aparecida da Silva Duarte; Juliana Chiquito Palhares, delegada de Polícia Civil, lotada na DHPP; Rafael Botelho Feijó dos Santos, soldado bombeiro do Comando Geral do Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso; Daniel Sabino Faustino, soldado bombeiro do Comando Geral do Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso; Julian Caramori Dallastra Ricci, médica na Clinica A flor da Pele; Roger Thomaz Rotta Medeiros, médico neurocirurgião no Hospital Amecor; Dionísio José Bochese Andreoni, médico legista, podendo no IML – Instituto Médico Legal; Fabio Ridolfi Figueiredo, médico no Hospital Jardim Cuiabá e no Hospital Geral Universitário e Enéas de Oliveira Xavier, 3° sargento bombeiro militar.

 

 

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