Rayane Alves
Reprodução / Internet

A terceira idade tem sido traumática para milhares de idosos que sofrem diariamente violência dentro do núcleo familiar, no Brasil. Em Cuiabá, os números também não são diferentes. Conforme os dados da Policia Civil, são 30 inquéritos instaurados por mês na Capital.
Agora, se estendendo para Mato Grosso, os números ainda são mais alarmantes. De acordo com o balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), quase 700 idosos foram vítimas de violência em todo o Estado. E, o pior, a maioria foi praticada no ‘seio familiar’, segundo a delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, Claudia Maria Lisita.
Neste ano, 608 idosos entre homens e mulheres sofreram lesão corporal. Já 25, foram vítimas de tentativa de homicídio e outras 26, não conseguiram escapar e vieram a óbito.
No ano passado, os registros foram um pouco menor, sendo que 585 foram vítimas de lesão corporal, 56 de tentativa de homicídio e 32 faleceram por algum tipo de agressão.
Na avaliação da delegada, Claudia, o que acontece de fato não é que os crimes aumentaram nos últimos anos. Mas, sim os crimes estão se tornando visíveis, porque o Brasil é cultura nesta prática do crime e apenas agora começou a se prepar para o envelhecimento de sua população instituindo dispositivos legais de amparo à pessoa idosa, dentro os quais estão presentes na Constituição Federal.
Um exemplo claro é a criação da Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso e cria o Conselho Nacional do Idoso, além do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741), criado em 1º de outubro de 2003.
“A Política Nacional do Idoso e o estatuto do Idoso contribuíram para prevalecer a responsabilidade do núcleo familiar sobre a proteção e o sustento do idoso. Por exemplo, a implementação do Estatuto do Idoso contribuiu para que o maus-tratos passasse a contar como um instrumento previsto capaz de aplicar a pena caso não seja respeitado. No entanto, mesmo assim, esse crime vem sendo praticado principalmente pelos familiares e os cuidadosos”, afirmou a delegada.
Além dos maus-tratos, outros dois crimes que mais são registrados pelo Núcleo do Idoso instalado dentro da Delegacia da Mulher, são apropriação de proventos e estelionato.
“Os idosos por conta da idade eles acabam sendo mais propícios a este tipo do crime. Sem contar que pela confiança as contas bancárias e outros bens acabam sendo monitorados pela família ou os cuidadosos. Fora, os golpes que ainda levam por telefone ao passar dados pessoais e número do cartão”, detalhou.
Ainda conforme a delegada, apesar do cuidado das pessoas idosas seja delegado primeiramente à família, o Estado não está desobrigado de um conjunto de atribuições que estão contidas nas políticas públicas.
Um exemplo simples e claro é o abandono comumente praticado pela família. Neste caso, o Estado tem total obrigação de garantir os principais direitos impostos na Constituição.
A Fundação Abrigo do Bom Jesus é a única a oferecer para os idosos de Cuiabá, hospedagem, alimentação, transporte para hospitais, medicamentos, médico plantonista e suporte psicossocial ou nutricional.
Mas, de acordo com a presidente voluntária do local, Gleide Miranda, o abrigo vive de 70% de doações. O restante os membros da organização tiram do bolso para dar uma vida mais digna para quem depende do local.
“O governo não dá nada. Temos apenas um convênio com a Prefeitura de Cuiabá onde conseguimos comprar pão, leite, carne, pagar gasolina. Com as medicações temos um convênio com uma clínica particular que doa. Também temos a Clínica da Família que sempre está apta para fornecer ajuda. Porém, as doações continuam sendo poucas e o pior de tudo é que muitos que estão aqui dentro têm família e eles não querem nem saber. Por almoço nós consumimos 25 quilos de carne, porque além dos idosos temos 50 funcionários que a casa paga mensalmente e ainda os voluntários que muitas vezes almoçam e tomam café na casa. A situação não é fácil, mas aqui deixamos o abandono de lado”, garantiu.
DOAÇÕES – Conforme a presidente, quem quiser fazer doações basta ir diretamente à sede ou entrar em contato com o telefone (65) 3644-1706, (65) 99974-9781 assim como depositar qualquer valor na conta: 402059-6, agência: 046-9, no Banco do Brasil.
O Abrigo também é aberto para quem queira ser um voluntário. Para isso, basta seguir algumas ‘regrinhas’ como ser pontual, saber trabalhar em equipe, estar aberto para receber treinamento e ser confiável. (Com informações do Diário de Cuiabá).
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