23 de Junho de 2025
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POLÍCIA Segunda-feira, 23 de Junho de 2025, 13:19 - A | A

23 de Junho de 2025, 13h:19 - A | A

POLÍCIA / CRIME BRUTAL

"Tenho medo", diz filha que recebeu coração da mãe em sacola após assassino deixar hospital

Lumar Costa da Silva irá morar com o pai em Campinas, São Paulo, sob um regime de tratamento ambulatorial.

Única News
Da Redação



O desespero de Patrícia Cosmo, filha de Maria Zélia da Silva Cosmo, transmite o sentimento de pavor que tomou conta de sua família. "Acabou a nossa paz. Tenho medo", declarou Patrícia, expressando o choque após a Justiça autorizar a saída de Lumar Costa da Silva do Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, em Cuiabá.

Lumar, que há cinco anos assassinou a própria tia a facadas e, de forma macabra, entregou o coração da vítima à filha dela, foi liberado para viver com o pai em Campinas, interior de São Paulo.

Em entrevista concedida ao jornalista Allan Mesquita, no Jornal da Capital FM, nesta segunda-feira (23), Patrícia reagiu com profunda dor à decisão judicial proferida na última sexta-feira (20). "A soltura dele… a gente recebe isso com toda certeza com muito medo, né? Infelizmente, a nossa paz acaba de novo, mais uma vez", afirmou.

A rotina de Patrícia, desde que foi informada sobre a decisão, transformou-se em pânico. "É medo, né? Infelizmente a gente fica com medo, a gente tem temor. A gente não sabe… na verdade, eu não sei nem o que… não sei nem como que eu vou fazer para poder fugir disso. Ainda tô processando", desabafou, revelando a angústia de não saber como lidar com a nova realidade.

(Foto: Reprodução/JK Notícias)

Lumar arranca coração da tia

 

Desinternação

A desinternação de Lumar, determinada na última sexta-feira (20), baseia-se em um laudo psiquiátrico de 2024 do Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciaps) Adauto Botelho.

Apesar de o laudo indicar que Lumar ainda possui um transtorno mental crônico e não afastar totalmente a periculosidade, a equipe médica avaliou que sua condição atual "pode ser controlada fora do ambiente de internação psiquiátrica, por meio de um tratamento ambulatorial intensivo".

Obrigações e restrições:

Meus filhos estão com medo. Vai ser agora um momento de terror, de pressão psicológica. Acabou a nossa paz.

Ele deverá seguir um tratamento contínuo no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade de Campinas, em São Paulo, onde residirá.

Será obrigado a comparecer ao CAPS mensalmente para acompanhamento.

Não poderá deixar Campinas/SP sem autorização prévia do juiz.

Está proibido de frequentar locais como casas de prostituição, jogos de azar, "bocas de fumo" e similares.

Não poderá ingerir bebidas alcoólicas ou usar qualquer tipo de droga.

Seu pai será o responsável legal pela supervisão, e relatórios trimestrais detalhados sobre sua condição e o cumprimento das regras deverão ser enviados à Justiça em Cuiabá.

Após um ano nesse regime, Lumar será submetido a uma nova avaliação para verificar sua evolução.

O juiz Fidelis Neto justificou a decisão afirmando que a rede de saúde em Campinas tem a estrutura para o acompanhamento e que a manutenção da internação não se justifica, sendo o tratamento ambulatorial mais "adequado, suficiente e proporcional".  

Para Patrícia, no entanto, a ameaça permanece viva e iminente. "Essa noite já não consegui dormir direito", lamentou. "Meus filhos estão com medo. Vai ser agora um momento de terror, de pressão psicológica. Acabou a nossa paz."

"Peço para Deus e para as pessoas que tenham compaixão da minha vida, da minha família, e orem muito por mim", pediu. Ela enfatizou que sua força para continuar vem exclusivamente de sua fé.

"Desde quando ele tirou a vida da minha mãe, é por causa de Deus… é por Deus que eu estou aqui, que eu dei continuidade à minha vida. Confio nele também. Assim como Ele me sustentou até agora, creio que vai me dar uma direção certa para nos proteger."

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