Thays Amorim
Única News
O juiz-membro do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), Luiz Octávio O. Saboia Ribeiro, afirmou que apesar das comprovações de que a urna eletrônica é segura, a sociedade parece se afeiçoar a teorias da conspiração. A tese de que a urna não é segura já foi uma das principais ‘bandeiras’ do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), que pede a aplicação do voto impresso.
“Mas insisto, o que nos preocupa é o nível de intolerância que a gente hoje vê na sociedade, principalmente para compreender posicionamentos diversos daquele. E por incrível que pareça, a sociedade parece que atualmente gosta de uma teria da conspiração. E aí, por mais claro que se seja, se busca muitas vezes resposta em algo que é intangível”, declarou, na última quinta-feira (17), no programa Roda de Entrevista, da TV Mais News.
Ao explicar a segurança das urnas, o magistrado enfatizou que não existem indícios de que, em 25 anos, a urna eletrônica não seja confiável ou possa ser alvo de fraudes hackers. As intercorrências pelo caminho, segundo o juiz, são mais comuns devido à própria intervenção humana.
“Eu costumo dizer, a nossa urna no Brasil é algo que vem sendo testado há quase 25 anos. E nesses 25 anos, nós nunca tivemos nenhum fato concreto que demonstre a violação do sistema eleitoral. E eu falo sistema porque a urna é um elo desse sistema, desse processo eleitoral, e nós não tivemos. O que a gente tem uma vez ou outra, que se houve falar, são problemas de intervenção humana, de natureza humana, mas problemas de invasão hacker, nesses 25 anos, nós não temos uma evidência de ocorrência”, pontuou.
Apesar da defesa do juiz-membro, um dos principais articuladores contrários ao voto eletrônico é o presidente Bolsonaro, que já realizou diversos ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em janeiro deste ano, o chefe de Estado afirmou que o Governo encaminhou questionamentos à Corte sobre supostas “fragilidades”. O ano de 2021 foi marcado por diversos protestos pelo país sobre o tema.
Contudo, sem citar partidos ou políticos específicos, Saboia classifica a questão como irracional. “Me chama atenção essa discussão ter vindo com tanta força, e com tanto ódio, porque não foi uma discussão que a gente viu racional, foi uma discussão que a gente viu que praticamente se discutiu com o fígado. Então, isso sim, causa espécie”, disse.
De acordo com o TSE, a eleição para os cargos de deputado estadual e federal, senador e governador ocorrem no primeiro domingo de outubro, dia 02. Atualmente, está aberta a janela partidária para a troca de partido a políticos que possuem mandados eletivos. A troca pode ocorrer até o dia 1º de abril.
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