Rafael Machado
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Aposentada há dois meses, a juíza que respondia pela Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, afirmou que ainda recebe ameaças devido as suas decisões e postura adotadas em frente ao comando da sessão.
Em coletiva a imprensa na última semana, a magistrada aposentada disse que a última ameaça que recebeu foi no dia 18 deste mês. De acordo com ela, uma pessoa conhecida presenciou uma conversa entranha em uma padaria no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá.
"Na última sexta-feira (18) uma pessoa conhecida acabou presenciando uma conversa bastante estranha, em uma padaria, envolvendo minha pessoa. Essa pessoa se assustou chegou a fotografar esses supostos interlocutores que se encontraram nesse local. Pelo que conseguir levantar um deles é parente de um policial que eu condenei e que eu excluí da polícia civil", relatou sem dar detalhes do acontecido.
Selma comentou que o caso está sob investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Além dessa ameaça, a juíza aposentada ainda revelou os outros casos que aconteceram nos últimos meses.
"Recebi uma ameaça no final do ano passado séria, de que uma organização criminosa tinha até comprado fuzis e estaria cercando minha casa e estariam, enfim, fazendo todo aparato para promover minha execução. A Corregedoria do Tribunal que me comunicou sobre essa ameaça. Em março recebi um recado claro também dessa organização criminosa que sabiam por onde eu andava, quais eram os carros que me acompanhavam e quais eram as pessoas que me acompanhavam. Pediram para que eu tomasse mais cuidado", disse.
Escolta
Na última semana, a Comissão de Segurança do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) suspendeu a escolta sob o argumento de que a magistrada teria descumprido os protocolos de segurança, usando a escolta para fins particulares. Mas, o presidente do Judiciário mato-grossense, desembargador Rui Ramos, decidiu manter escolta policial até a próxima reunião da Comissão, após a magistrada aposentada ter encaminhado recurso alertando sobre as últimas ameaças.
"Então fica fácil você dá segurança para uma pessoa que não pode sair de casa. Fica fácil você dizer: "você não está seguindo, por isso, não tem direito. Não é dessa forma, o protocolo está equivocado", falou.
"Um dos fundamentos adotados - pela Comissão para suspender a escolta - que eu frequentava lugares com grandes aglomerações, isso não é verdade. Na verdade, os locais com aglomerações que eu frequento são ambientes universitários onde dou palestras, esses dias eu dei uma palestra no teatro da Assembleia Legislativa, em Mirassol D'Oeste, também em local fechado e é óbvio que as pessoas vão porque elas querem assistir, mas isso não quer dizer que seja aglomeração de pessoas, não é comício", acrescentou.
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