Da Redação
Foto: Airton Marques
Os membros da CPI do Paletó, da Câmara de Vereadores de Cuiabá estão realizando, na manhã desta quarta (21), mais uma oitiva da Comissão Parlamentar. Desta vez com o ex-secretário estadual de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alan Zanatta.
Ele foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a gravação de uma conversa, que ele teve com o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa (sem partido), Silvio Corrêa. Na conversa, o ex-secretário e o ex-assessor comentam sobre a filmagem feita por Sílvio em que deputados e ex-deputados, incluindo Emanuel, aparecem recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás, supostamente a título de propina para apoiar a gestão de Silval.
Os vídeos apresentados por ele e por Silval Barbosa, nos acordos de colaboração premiada. Ambas homologadas pela Procuradoria-Geral da República e aceita pelo Supremo Tribunal Federal, ficando sob a responsabilidade do ministro Luiz Fux.
Os vereadores querem apurar, se tal gravação, feita por Zanatta, tenha sido feita na intenção de beneficiar e livrar Pinheiro, das acusações do qual é investigado na CPI.
O áudio foi apreendido pela Polícia Federal, durante a Operação Malebolge, em setembro do ano passado, na residência do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
O chefe do Executivo municipal é investigado por decoro e por obstrução de Justiça. Pinheiro supostamente teria tentado utilizar o áudio para anular a delação que o acusa de receber dinheiro de propina, para apoiar a administração o ex-governador, Silval Barbosa, na época deputado estadual.
De acordo com Zanatta, ele teria sido procurado pelo "assessor" de Sílvio Correa, conhecido como Coxinha, para se encontrar com o ex-chefe de gabinete.
"Eu estava no Manso num final de semana e ele me mandou um WhatsApp, perguntando se estava em Cuiabá. Eu disse que sim e ele me chamou para conversar com Sìlvio, na segunda as 14h30", disse.
O ex-secretário ainda garantiu o prefeito emedebista, Emanuel Pinheiro, não sabia da conversa que ele teve com Sílvio e, nem tampouco, o teria orientado a gravar o áudio.
E afirma que a conversa com o ex-chefe de gabinete foi tranquila. Que falaram sobre diversos temas como, por exemplo, cenário político estadual. Ainda segundo o ex-secretário, foi Sílvio quem puxou a conversa sobre Emanuel Pinheiro.
Zanattta - em seu depoimento na Câmara reiterou várias vezes - que não teria premeditado a gravação.
"Usei um celular, se fizesse uma coisa premeditava, usava aparelho que captava áudio com maior qualidade. Mas usei um celular apenas para me resguardar", assinalou.
Nesta última terça-feira (20), o presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki (PSB), declarou à imprensa que a oitiva de Zanatta, poderia dar novos rumos a investigação, resultando em outros desdobramentos. 'Estou apostando em fatos novos que poderão contribuir com a investigação. Se necessária, podemos ampliar a CPI para mais 120 dias'”.
Entenda o Caso
Emanuel Pinheiro foi citado na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, como um dos deputados, em 2013, beneficiados com propina para aprovação de contas da antiga gestão. O conteúdo da delação foi homologado no Supremo Tribunal de Justiça (STF), em agosto.
Entre as provas, Silval entregou uma série de vídeos em que deputados recebem maços de dinheiro de Silvio Cezar. Pinheiro aparece nas imagens guardando dinheiro em espécie nos bolsos do paletó – origem que deu nome à CPI na Câmara.
A CPI é formada pelos vereadores Marcelo Bussiki (PSB), Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV), que ocupam os cargos de presidente, relator e membro da comissão, respectivamente. Eles apuram se Emanuel Pinheiro cometeu quebra de decoro e obstrução da Justiça. Ao todo, os membros terão 120 dias para encerrarem as investigações.
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