Ari Miranda
Única News
Em conversa com jornalistas logo após a deflagração da Operação Perfídia, que teve como um de seus alvos o ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Chico 2000 (PL), o prefeito Abilio Brunini evitou fazer alarde à imprensa sobre uma possível expulsão do parlamentar dos quadros do Partido Liberal (PL) na capital de MT, e afirmou que decisões relacionadas à agremiação ficam por conta de seu secretário de Governo, o presidente do PL em Mato Grosso, Ananias Filho.
Além de Chico, também foi alvo da operação, deflagrada na terça-feira (29) pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil, o vereador Sargento Joelson (PSB). Ambos foram afastados do cargo na Câmara de Cuiabá por decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) junto com o cumprimento dos mandados, nas casas e nos gabinetes dos dois parlamentares.
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"Cabe ao presidente do partido [Ananias] uma avaliação. O Chico já tinha solicitado uma possível saída do partido na época da disputa pela presidência da Câmara, e isso ficou em aberto. Ele ficou esperando o momento dele fazer, mas isso não cabe a mim. Estou na condição de prefeito, não na condição de um deputado ou de líder partidário", disse Abílio.
Abilio também evitou comentar o suposto envolvimento de Chico no esquema, onde R$ 250 mil teriam sido pagos pela empreiteira responsável pelas obras da Avenida Contorno Leste aos dois parlamentares para “facilitar” a tramitação de uma matéria legislativa, que possibilitou o recebimento de dívidas junto Prefeitura de Cuiabá, no montante de R$ 4,8 milhões.
Em seu ponto de vista, o gestor asseverou que julgamentos sobre o caso podem levar a outros efeitos colaterais, como o abalo na relação legislativo – executivo.
"Na condição de prefeito, tenho que ter cautela ao comentar essa situação, porque as repercussões e as ressonâncias disso podem dar outros efeitos colaterais entre as relações entre o Executivo e o Legislativo. Então, eu deixo que a Polícia Civil faça as investigações e, que no momento certo, a gente tenha clareza sobre os fatos", pontuou o prefeito.
Reprodução

Os vereadores Chico 2000 e Sargento Joelson, alvos da Operação Perfídia.
O ESQUEMA
Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início com uma denúncia recebida pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) em meados do ano passado e que apontava o envolvimento de Chico e Sargento Joelson no esquema ilegal, onde os dois parlamentares teriam supostamente solicitado um pagamento de propina a um funcionário da empresa responsável pela constrição da avenida Castorina Sabo Mendes, o "Contorno Leste" de Cuiabá, para aprovar uma matéria legislativa que possibilitaria a empresa receber do ex-prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB), pagamentos referentes ao ano de 2023 e que eram devidos à empresa pela administração municipal.
Após a aprovação da matéria no plenário da Câmara, segundo a denúncia, uma parte do valor da propina teria sido depositada em uma conta indicada por um dos parlamentares, demonstrando ainda a existência de indícios de que a outra parte do dinheiro teria sido paga em espécie a um deles no interior de seu gabinete na Câmara de Cuiabá, local onde a negociata também teria sido supostamente combinada entre as partes.
Com o cumprimento dos mandados, tanto Chico 2000, quanto Joelson foram afastados do cargo por decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) de Cuiabá e estão impedidos de manter contato tanto entre si, quanto com testemunhas e servidores da Câmara de Cuiabá, bem como de acessar à sede do legislativo ou irem às obras do Contorno Leste.
Os parlamentares também não poderão se ausentar de Cuiabá sem autorização da Justiça e deverão entregar seus passaportes à Justiça.
NOME DA OPERAÇÃO
O nome da operação (Perfídia) faz menção ao sentido da palavra, que significa “a qualidade de alguém que age com falsidade, traição ou deslealdade, ou seja, que não cumpre com as promessas ou obrigações”.
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