Ana Adélia Jácomo
Karine Campos
Única News
O impasse da obra do "Portão do Inferno", na Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251), um dos principais acessos a Chapada dos Guimarães, foi um dos temas centrais da reunião entre o presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Max Russi (PSD), e o governador Mauro Mendes (União Brasil) nesta quarta-feira (25).
Os deputados estaduais exigem uma solução rápida para o trecho, que tem causado graves transtornos e impactos negativos na economia local, especialmente após o governador ter revelado, nessa terça-feira (24), que novos dados geológicos identificaram "inconsistências nos estudos iniciais", colocando a rota original da obra em xeque.
É algo até estranho, né? Porque quando estava ainda discutindo a licença ambiental, eles já sabiam quem era a empresa que ia fazer, já tinha um contrato, eu nunca vi isso, né?
"Lá realmente não pode ficar da forma que está", afirmou. O presidente destacou a importância turística do local para os cuiabanos e para o estado, especialmente com a proximidade do Festival de Inverno de Chapada.
"O cuiabano gosta de ir a Chapada, nós temos o Festival de Inverno aí chegando, eventos importantes no município de Chapada e a gente fica triste de saber que essa obra e o encaminhamento não está muito próximo de acontecer", lamentou.
Novos estudos revelam desafios técnicos
O governador explicou que as dificuldades surgiram quando a empresa Lotufo Engenharia e Construção, contratada para a obra de R$ 29,5 milhões, iniciou os trabalhos de limpeza e acesso ao local.
"Quando foram fazer o início das obras, que limpou, que a empresa chegou no local, que acessou alguns pontos, percebeu algumas dificuldades, né? E aí foi solicitado esse aprofundamento da sondagem", disse Mendes.
Essa nova etapa exigiu uma "mobilização de recurso e até de complexidade gigante", com sondagens realizadas do topo do morro para analisar a real característica da rocha.
O resultado dessas novas análises, que são "muito técnicas" e não uma "decisão do governador", indicou uma "grande dificuldade ou quase uma impossibilidade de prosseguir naquela rota inicial", devido a uma "surpresa do tipo de solo que foi identificado ali naquela região", disse Mendes.

Curva do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães.
A obra, anunciada em março de 2024 com prazo de 120 dias, tem como objetivo principal o retaludamento para prevenir deslizamentos, com a retirada de parte do maciço rochoso e o recuo da estrada em dez metros.
Parece que é algo de cartas marcadas, se der nossos amigos vão fazer a obra e ganhar o dinheiro público, se não der, a gente faz a revisão.
Apesar dos desafios técnicos, Mauro Mendes se mostrou otimista de que uma resposta definitiva dos técnicos deve sair nas próximas semanas, "ainda até o final do mês".
"Cartas marcadas"
Max Russi foi incisivo ao questionar o modelo emergencial, como o adotado no "Portão do Inferno", onde o projeto é elaborado após a contratação da empresa.
"É algo até estranho, né? Porque quando estava ainda discutindo a licença ambiental, eles já sabiam quem era a empresa que ia fazer, já tinha um contrato, eu nunca vi isso, né?", criticou o presidente da ALMT, insinuando a falta de transparência no processo.
Para Russi, a prática "parece que é algo de cartas marcadas, se der nossos amigos vão fazer a obra e ganhar o dinheiro público, se não der, a gente faz a revisão". Ele lembrou que esse tipo de modelo tem apresentado falhas desde as obras da Copa do Mundo, gerando prejuízos e atrasos.
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