14 de Junho de 2025
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POLÍTICA Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 10:31 - A | A

13 de Junho de 2025, 10h:31 - A | A

POLÍTICA / INDIGNAÇÃO

Após encerrar voos em Cuiabá, Azul vira alvo de críticas no Senado: "Monopólio disfarçado"

"Precisamos de uma política nacional de aviação regional que priorize estados como Mato Grosso, que movimenta bilhões na economia, mas segue desconectado", disse Jayme Campos.

Única News
Da Redação



A decisão da Azul Linhas Aéreas de suspender, a partir de julho, voos que ligam Cuiabá a cinco capitais brasileiras — Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Brasília e Maceió —, além de encerrar a rota direta para Alta Floresta, provocou forte reação no Senado Federal.

O senador Jayme Campos (União-MT) classificou a medida como "um total desrespeito ao cidadão mato-grossense" e alertou para os severos impactos econômicos e sociais da redução de conexões aéreas na região.

Ele fez duras críticas ao modelo atual da aviação civil no Brasil, que, em sua visão, opera sob um "monopólio disfarçado". Segundo ele, poucas companhias controlam a maioria das rotas, limitando a concorrência e resultando em preços abusivos.

Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) mostram que Azul, Gol e Latam concentram mais de 90% do mercado doméstico, um cenário que dificultaria a entrada de novas empresas e mantém tarifas elevadas, especialmente para rotas regionais.

Para Jayme, a suspensão anunciada pela Azul deve agravar um problema já crônico no estado: a escassez de voos e a alta nos preços das passagens.

JAYME CAMPOS

 Senador Jayme Campos cobrou ANAC sobre decisão da Azul em MT.

Com menos opções de voo, a tendência é que as tarifas restantes disparem, penalizando tanto passageiros quanto empresas cuja operação depende do transporte aéreo. "O que já é caro tende a ficar ainda mais inacessível", criticou Jayme Campos.

Para o senador, Mato Grosso, que é um dos maiores produtores de commodities do país, "não pode ficar refém de um sistema aéreo frágil". Ele anunciou que procurará o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, para exigir esclarecimentos e uma solução para a situação.

Fundo bilionário

Jayme Campos também lamentou a subutilização do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, que, apesar de habilitado para voos internacionais há mais de seis meses, segue sem operações regulares para outros países.

O senador defendeu a criação de uma rota entre Cuiabá e Lima, no Peru, como forma de impulsionar o comércio exterior e o turismo.

O parlamentar cobrou uma utilização mais estratégica do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), que possui um expressivo montante de R$ 6 bilhões em caixa.

Ele argumenta que esses recursos deveriam ser usados para subsidiar voos em regiões menos atendidas. "Precisamos de uma política nacional de aviação regional que priorize estados como Mato Grosso, que movimenta bilhões na economia, mas segue desconectado", argumentou.

Até o momento, a Azul Linhas Aéreas não se manifestou publicamente sobre as críticas, limitando-se a uma nota técnica que descreve a decisão como parte de um "reposicionamento de rede".

O Ministério dos Portos e Aeroportos também não comentou o caso, embora o tema da aviação regional tenha sido mencionado como "prioritário" em discursos recentes do Governo Federal. Empresários e entidades de Mato Grosso preveem prejuízos significativos para a economia local.

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