09 de Junho de 2025
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POLÍTICA Segunda-feira, 09 de Junho de 2025, 11:58 - A | A

09 de Junho de 2025, 11h:58 - A | A

POLÍTICA / CONTRATO NA MIRA

Audiências públicas na AL vão debater caos na distribuição de energia elétrica no interior

Os três principais problemas identificados na região são a interrupções no serviço, baixa tensão e falhas no faturamento.

Única News
Da Redação



A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) deu o pontapé inicial em uma série de audiências públicas para discutir os desafios no fornecimento de energia elétrica no interior do estado. A primeira reunião, realizada na última sexta-feira (6) na Câmara Municipal de Sapezal, reuniu moradores, autoridades e representantes da concessionária Energisa para buscar soluções para as constantes reclamações.

A iniciativa partiu da Câmara Setorial Temática (CST) da Concessão de Serviço Público de Energia Elétrica, presidida pelo deputado estadual Faissal Kalil. Sapezal foi escolhida para começar os debates devido ao grande volume de queixas recebidas pela ALMT.

"Recebemos muitas denúncias desta região, envolvendo tarifas elevadas, quedas de energia, oscilações e queima de aparelhos. Diferente das audiências técnicas que já realizamos, agora queremos encontrar soluções práticas, precisamos de eficiência", afirmou o deputado Faissal Kalil, ressaltando o foco em resultados.

Renovação do contrato com Energisa terá condições

O deputado também destacou que a renovação do contrato de concessão da Energisa, firmado em 1997, será um ponto-chave na avaliação da CST. "Se for para renovar, que seja com mais investimentos. Caso contrário, é preciso discutir alternativas de acordo com a realidade do estado", frisou. Ele mencionou ainda que a nova subestação prevista para Campos de Júlio, cidade vizinha, ainda este ano, deve ajudar a aliviar o problema em Sapezal.

Neimar Dantas, analista regulador da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager), confirmou os três principais problemas identificados na região: interrupções no serviço, baixa tensão e falhas no faturamento.

O vereador Ailton Monteiro destacou que bairros mais afastados, como o Alvorada, sofrem ainda mais. Ele citou o caso de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que está sem atendimento há meses, pois o uso de ar-condicionado provoca a queda de energia em toda a vizinhança. Monteiro alertou que a deficiência no fornecimento limita o crescimento econômico do município, com indústrias operando com capacidade reduzida e novos empreendimentos desistindo de se instalar por falta de garantia de energia.

A defensora pública Camila Maia trouxe uma preocupação ainda mais grave: além da queima de eletrodomésticos, pacientes em atendimento domiciliar (homecare) que dependem de equipamentos 24 horas por dia ficam em risco devido às quedas constantes.

Manoel Alves, morador do Setor Chácara, descreveu a rotina de oscilações e falta de energia a cada mudança de tempo, resultando em prejuízos e queima de equipamentos.

O que diz a Energisa

Representando a Energisa, o coordenador de operações Robson Kleber Lima reconheceu as dificuldades em Sapezal. Ele afirmou que a empresa está trabalhando para resolver os problemas e que alguns casos enfrentam entraves de licenciamento ambiental.

"Estamos investindo R$ 1,6 bilhão em Mato Grosso este ano. Estamos abertos ao diálogo com a população e temos obras em andamento, como novas subestações para ampliar a oferta e garantir mais qualidade, principalmente para os produtores rurais", explicou Lima. Ele também reforçou a experiência da empresa e sua disposição para discutir a renovação da concessão.

As próximas audiências da CST estão agendadas para Alta Floresta (23 de junho) e Confresa (22 de julho). O objetivo da Câmara Setorial Temática é aproximar reguladores, fiscalizadores e consumidores, buscando soluções técnicas, legislativas e institucionais para garantir a melhoria efetiva do serviço de energia elétrica em todo o estado de Mato Grosso.

 

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