Euziany Teodoro
Única News
Um casal de idosos veio a público nesta quinta-feira (26) para denunciar supostas ameaças que tem sofrido pelo pai do candidato a vice-prefeito de Cuiabá de Abilio Jr (Podemos), vereador Felipe Wellaton (Cidadania), o empresário Dilmar Antônio Barrio Nuevo Alves.
Agripino e Maria dizem sofrer ameaça e coação há oito anos, desde que entregaram tudo o que tinham para morar numa área de aproximadamente quatro hectares, na Comunidade São Gonçalo em Cuiabá.
“Paguei R$ 80 mil em dinheiro, mais uma casa de 8 peças em Várzea Grande e um carro. Estamos acuados, porque ele foi com uma medição ali e ele fala pra todo mundo que eu tenho direito só a meu terreninho da casa, que dá 30/40m². A área que eu comprei vai dar mais ou menos uns 4 hectares. Ele mandou a juíza fazer uma proposta pra mim, se eu vendia o pedaço que eu comprei. Eu falei ‘não, comprei e fui com minha família pra morar lá. Comprei, paguei e de lá eu não saio’”, contou Agripino.
De acordo com o advogado Wander Bernardes, que assumiu o caso gratuitamente (pro bono), o pai de Wellaton é dono de uma propriedade próxima à área do casal. Para chegar às suas, precisa passar pelas terras de Agripino e Maria, por isso as ameaças teriam começado, na tentativa de se apropriar do terreno dos idosos.
“Para ter acesso a essa área, ele tem que passar pela propriedade do casal. Nesse sentido, ele começou a fazer coação e ameaças, inclusive apresentando documentos de compra e venda da área do casal, alegando que a área era dele e que eles tinham que desocupar o imóvel”, explicou.
Entre as ameaças, Dilmar teria dito que ia “passar com um trator por cima” do neto de Agripino e Maria, na época com 15 anos de idade.
“Ele chegava lá com a polícia e falava que nós tinha (sic) de desocupar, senão ele ia passar com o trator em cima do meu neto. Nós pagamos pela área. Tem 8 anos que nós compramos e esses 8 anos ele está perseguindo nós (sic). Ele tranca o portão pra gente não passar. Fez aceiro em volta da área pra gente não passar. Eu fiquei dentro da casa (quando ele vai), com medo de sair, porque sei como ele é. Disse que ia quebrar a casa. Muito truculento. Com ele não tem conversa”, contou Maria.
O advogado anunciou que vai entrar com uma ação cível para garantir a manutenção de posse do casal. “Estamos pegando depoimentos, vamos diligenciar pelos documentos e certidões da área e, se as ameaças continuarem, vamos judicializar o caso. Vamos fazer boletim sobre essas ameaças e resguardar a manutenção de posse deles”.
No terreno, moram sete pessoas da família de Agripino e Maria. Lá, eles criam galinhas e plantam legumes para sobreviver.
“Quero sossego. Só quero meu pedacinho (de terra) pra cuidar e sobreviver, porque é difícil isso. La a gente cria galinha, tem mandioca, banana, tem cana. É pra sobreviver”.
Outro lado
Dilmar Alves informou que a área de três hectares localizada no bairro São Gonçalo Beira Rio, foi adquirida em 20 de abril de 1990 pela Transmoviterra Locação de Máquinas Pesadas e Terraplanagem LTDA., empresa da qual é sócio.
“A empresa Transmoviterra sempre respeitou os limites do imóvel. Jamais houve qualquer espécie de tentativa de invasão ou retirada do Sr. Agripino do imóvel, que ele alega ser proprietário, mas não apresenta a escritura. O Sr. Agripino tenta desconstruir a realidade fática, já consagrada judicialmente em 2013, conforme sentença do processo número: 24165-54.2013.8811.0041”, acusou Dilmar, por meio de nota.
Segundo ele, a “verdade” está sendo distorcida com interesses eleitoreiros em face à campanha pela Prefeitura de Cuiabá. “Esse tipo de narrativa surge em todas as eleições e mais uma vez, o candidato à reeleição Emanuel Pinheiro distorce a verdade tentando prejudicar a imagem de pessoas que nada têm a ver com o fato em questão”.
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