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POLÍTICA Quarta-feira, 14 de Junho de 2017, 11:50 - A | A

14 de Junho de 2017, 11h:50 - A | A

POLÍTICA / EQUIPE DO CRIME

Ex-gestor confessa que escolheu staff "a dedo" para criar esquema de propina

Por Suelen Alencar/ Única News



(Foto: AL-MT)

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O ex-governador Silval Barbosa (PMDB), solto nesta terça-feira (13) após descisão da juíza Selma Arruda, revelou como se desenrolou as tratativas em relação ao pagamento da desapropriação no bairro Jardim Liberdade para a empresa Santonrini Empreendimentos e que escolheu "a dedo" seu staff para colaborar no esquema de desvio de dinheiro do Estado de Mato Grosso. 

 

De acordo com os autos, Silval confessou que tal procedimento foi realizado com um único propósito de desviar dinheiro público do Estado em beneficio da organização criminosa. Alegoou ainda que o ato de corrupção foi feito devido a uma "dívida com Valdir Piran", decorrente de empréstimos tomados na campanha e que com a negociata conseguiu levantar 10 milhões de reais. 

 

Na decisão, Silval afirmou que  pagou Valdir Piran , Pedro Nadaf, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho e Afonso Dalberto por "colaborarem" com o "sucesso da empreitada criminosa".  Em um momento do interrogatório, o ex-governador narrou que além dos nomes citados, Arnaldo Alves e Marcel de Cursi participaram das práticas do grupo, mas que não recordava se esses dois "efetivamente receberam parte da propina combinada". 

 

"O total do desvio foi de R$ 31.715.000,00, sendo que o combinado com a empresa Santorini era o retorno da propina no montante da metade desse valor", descreve trecho.

 

Em um dos interrogatório, Silval confessou também a prática de concessão de incentivos fiscais via Prodeic a empresas do grupo Tractor Parts mediante pagamento de propinas. Disse que no ano de 2011 foi procurado João Batista Rosa proprietário das empresas do grupo Tractor Parts, este, acompanhado de Pedro Nadaf  à época Secretário da SICME, queixou-se porque tinha um crédito tributário que não era reconhecido pela SEFAZ.

 

Com isso, o ex-governador pediu para João Batista tratar desse assunto na Secretaria de Fazenda com o então secretário adjunto Marcel Souza de Cursi, que inicialmente recusou-se a reconhecer o crédito. Porém, dias depois, João Batista, Pedro Nadaf e Marcel acertaram que concederiam o benefício do Prodeic para o grupo das empresas representadas por João Rosa, desde que ele abrisse mão do crédito que possuía.

 

O peemedebista afirmou que em razão das dívidas de campanha das eleições do ano de 2010, assumiu um grande passivo a ser saldado e, por isso, escolheu alguns secretários para o recebimento de propina e para saldar as dívidas assumidas. Pedro Nadaf  teria sido um dos designados para está função, sendo que no caso do Prodeic concedido às empresas de João Rosa não se recorda de ter sido avisado acerca de pagamento de propinas porém tomou conhecimento posterior que parte dos valores recebidos de João Rosa foram utilizados para pagamento de parte de uma dívida com um empresário. 

 

Silval não assumiu completamente a culpa dos pagam,ento de propina, mas afirmou que incumbiu Pedro Nadaf do recebimento de propinas para o pagamento de tal divida e que soube que parte dos valores pagos por João Rosa foram utilizados para a quitação desta divida. Segundo Barbosa, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, vulgo "Chico Lima" atuou neste caso para auxiliar no pagamento do débito referido.

 

Explicou que, nesta ocasião, Silvio Cesar de Araújo, à época chefe de gabinete do Governador, solicitou a quantia de R$ 25.000,00, sendo que foi Chico Lima que efetuou o depósito de tal quantia em favor de Silvio por meio da Factoring de Filinto e Frederico Muller. Disse ainda que após a sua saída do governo tomou conhecimento de que João Rosa estaria em tratativas de colaboração premiada, tendo por isso procurado Pedro Nadaf por várias vezes para discutirem sobre este assunto. 

 

"Durante o seu interrogatório, repisou que, em razão de compromissos políticos e dívidas assumidas na campanha de 2010, acabou formando o staff de governo com pessoas de sua estreita confiança, que eram incumbidos de arrecadar recursos do erário público para o pagamento de tais dividas e, com isso, criou uma verdadeira organização criminosa, que atuou durante os anos de 2010 a 2014", descreve trecho de decisão.  

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