Cuiabá, 10 de Maio de 2024

POLÍTICA Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2020, 17:59 - A | A

31 de Janeiro de 2020, 17h:59 - A | A

POLÍTICA / PLEITO DEVE CUSTAR R$ 13 MI

Irônica, senadora cassada diz que custos de eleição devem ser cobrados "do Papa"

Ana Adélia Jácomo
Única News



A senadora cassada Selma Arruda (Podemos) classificou como “perseguição” a possibilidade de ser obrigada pela Advocacia Geral da União (AGU) a ter que pagar, do próprio bolso, cerca de R$ 13 milhões relativos aos custos totais na campanha suplementar para o Senado. Sem papas na língua, Selma afirmou que “querem beber a última gota do seu sangue” e que se quiserem receber, que cobrem “do Papa”.

Juíza aposentada, Selma teve menos de um ano de mandato em Brasília e acabou condenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico e Caixa Dois nas eleições de 2018.

“É perseguição mesmo. O processo foi célere e até a última gota de sangue eles vão beber. É nítido para mim. Eu não tenho condições de pagar, não vou pagar, não dei causa para nova eleição. Aliás, não dei causa para inventarem que tem que ter uma eleição em abril. Temos previsão legal para deixar essa vaga em aberto, sim, por até 15 meses. É o que a Justiça eleitoral prevê. Se quiserem cobrar, vão cobrar do Bispo, do Papa, de mim não”, disparou ela.

Em entrevista concedida ao programa Conexão Poder, Selma afirmou que existem senadores que não a querem no cargo, principalmente por ela fazer parte do grupo “Muda Senado”, formado por 21 parlamentares de várias legendas diferentes, como o próprio Podemos, Cidadania e PSL.

“No Senado temos uma divisão muito clara de senadores que querem e que não querem que eu permaneça no cargo. Na verdade, não é a senadora Selma, mas um membro do grupo ‘Muda Senado’ ao qual pertenço. Estamos mexendo em muitas feridas, fazendo um trabalho muito importante, ainda que de formiguinha. Porém tem aqueles filhotinhos de Renan [Calheiros, ex-presidente do Senado] que não querem. Eles querem que alguém do grupo saia para fragilizar o grupo, para mostrar quem manda mais”.

A senadora cassada atribuiu ainda à Justiça Eleitoral um suposto erro jurídico na condução do seu processo. Segundo ela, o correto seria esperar a volta do recesso parlamentar para que o Senado Federal instaurasse um procedimento interno que a permitiria apresentar defesa. Apenas depois de concluído o processo internamente é que se daria seu afastamento do cargo.

Ela ainda defende que a eleição suplementar, marcada para 26 de abril, deveria ser realizada no mesmo pleito da eleição para prefeitos e vereadores, que ocorre em 4 de outubro. “Porque não poderia [realizar a eleição suplementar] junto com a de prefeito? De onde sai essa pressa toda?”.

“Foi um erro crasso da Justiça Eleitoral, tanto o TRE [Tribunal Regional Eleitoral] quanto o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] fizeram com que meu processo corresse em velocidade relâmpago. Eles esqueceram que existe um procedimento no Senado e determinaram a eleição em três meses. E se esse procedimento não tiver acabado ainda?", questionei.

Confira a entrevista na íntegra:

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