Euziany Teodoro
Única News
O Governo do Estado tem preparado a rede de saúde para período de o pico do novo Coronavírus, que deve ocorrer, segundo as estatísticas do Ministério da Saúde, no final do mês de abril e início de maio.
“Segundo as projeções, que são feitas pelos infectologista, pelas estatísticas e seguindo a métrica de outros países, imagina-se que o pico aqui em Mato Grosso ocorra no final do mês de abril para o início do mês de maio. Todo nosso planejamento trabalha nessa linha. Pode acontecer dessa forma ou pode ser retardado um pouco (o avanço da doença). Algumas medidas preventivas que estão sendo tomadas podem mudar essa curva. Quanto mais cuidado as pessoas tiverem, maior a probabilidade de alongar essa curva”, afirmou o governador Mauro Mendes, nesta segunda-feira (6).
Entre as principais ações, o Estado tenta montar uma central de regulação única, unindo os municípios que são referência no atendimento à doença: Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Alta Floresta, Sorriso, Colíder, Cáceres e Rondonópolis.
“Em parceria com as prefeituras, estamos construindo as redes municipais. Todos vão ter leitos exclusivos para o COVID-19. Estamos fechando o procedimento de regulação essa semana. Queremos fechar um acordo com o Hospital Júlio Muller, com a Prefeitura de Cuiabá, com Várzea Grande e outras prefeituras, para que todos esses leitos estejam em uma única regulação estadual, ou seja, ninguém é dono de leito. O cidadão é o dono. Aí, onde estiver a demanda, vamos alocar o leito mais próximo para quem precisar”, explicou.
O Governo também acelera as obras de 210 novos leitos no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande. A previsão é que a obra seja entregue até o final de abril.
“Estamos construindo, neste momento e em tempo recorde, praticamente 30 dias, a ampliação do Hospital Metropolitano. Hoje, lá tem 10 leitos de UTI e 58 leitos de enfermaria. Estamos construindo mais 180 leitos de enfermaria e mais 30 leitos de UTI. Esse hospital será a grande referência estadual para atender o coronavirus”, disse.
Também foi aberta contratação emergencial de profissionais da saúde para atuarem nas cidades citadas. Foram abertas 751 vagas, que vão desde médicos e enfermeiros a maqueiros.
“Vamos alocar esses profissionais e estamos contratando para plantões, pagando 20% a mais do que o mercado paga, neste momento. O objetivo é atrair esses profissionais, dar uma remuneração melhor, em função da intensa atividade que a gente imagina que nós teremos nesse período”, afirmou o governador.
O Estado também fez a compra de insumos – como EPIs, máscaras e luvas – diretamente da China. Da mesma forma, também foram comprados 20 mil testes para o COVID-10. Esses insumos estão presos nos trâmites do caótico sistema alfandegário atual, com fronteiras fechadas em vários países. A previsão, de acordo com Mendes, é que cheguem aqui no final do mês.
“Fizemos algumas compras 15 dias atrás de insumos, máscaras e diversos itens de segurança. Também compramos 20 mil testes na China, compramos macas, respiradores, monitores. Os fornecedores estão liberando esses insumos e algumas coisas estão indo para o embarque. Vamos torcer e trabalhar muito para que as companhias aéreas consigam fazer as rotas adequadas e isso chegue até o Brasil. Já está sendo despachado ao longo dessa semana e nós temos no planejamento e no acordo no compromisso firmado com esses fornecedores, que até o dia 15 de abril saia da China a tempo de chegar ainda esse mês”.
Nesta segunda-feira, Mato Grosso tem 60 casos confirmados da doença e outros 361 casos de Síndrome Aguda Respiratória Grave (SARG), que inclui, entre outras doenças, o COVID-19. Os testes estão sendo feitos em alta demanda e a previsão é que este número aumente consideravelmente nas próximas semanas.
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