Christinny dos Santos
Única News
A presidente da Câmara de Cuiabá, Paula Calil, afirmou que a Operação Perfídia, deflagrada contra os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) por suposto esquema de propina envolvendo a empresa responsável pelas obras da avenida Castorina Sabo Mendes, o "Contorno Leste”, é ruim para a imagem da Casa de Leis. Embora admita a mancha, ela destacou que cada vereador tem seu próprio CPF.
“É importante que cada vereador tem o seu CPF. Então é uma questão que denigre a imagem da casa? Sim. É ruim para a imagem da casa? Sim. Mas…”, afirmou Paula, na tentativa desvencilhar a imagem dos parlamentares à da Câmara Municipal.
Paula destacou que, até o momento, não há indícios de que a empreiteira tenha qualquer relação direta com a Câmara, além disso, todos foram surpreendidos com a Operação, até mesmo o prefeito Abílio Brunini (PL), autor da denúncia que levou as investigações. Atualmente, os parlamentares estão afastados da função de vereador e proibidos de frequentar o prédio da Câmara Municipal até o fim das investigações. Mas, conforme a presidente da Casa, em caso de comprovação do esquema de propina serão seguidos os trâmites legais, mas tanto Chico quanto o Sargento Joelson tem direito a defesa.
“Eu vou ver agora como é o trâmite aqui dentro da casa. Mas a decisão judicial que vem, a qual eu fui intimada, fala na suspensão do exercício das funções. Mas os vereadores têm o direito de defesa e é uma liminar”, afirmou Paula.
Investigações realizadas pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) tiveram início com uma denúncia recebida em meados do ano passado – época em que Chico 2000 ainda era presidente da Casa de Leis. Os dois vereadores teriam solicitado o benefício ilegal a um funcionário da empresa para aprovar uma matéria legislativa, que possibilitou o recebimento de pagamentos do ano de 2023, devidos à empresa pelo então prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
Após a aprovação, segundo a denúncia, uma parte dos valores teria sido depositada em uma conta indicada por um dos vereadores e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie a um deles no interior de seu gabinete na Câmara, local que teria sido o “palco” da negociata ilegal.
Nesta terça-feria (29), foram cumpridos mandados de busca e apreensão na cidade de Cuiabá, incluindo em gabinetes de vereadores, além de busca nos sistemas e câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, onde o crime teria ocorrido.
Chico, porém, negou qualquer envolvimento no suposto esquema de propina e afirmou que na condição de presidente da Câmara naquela ocasião, apenas levou a mensagem do Executivo Municipal para análise do plenário e foi autorizado que o Município parcelasse milhões em dívidas para que pudesse voltar a receber repasses federais.
A OPERAÇÃO
Deflagrada na manhã desta terça-feira (29), a operação cumpriu 27 ordens de busca e apreensão na cidade de Cuiabá, nas casas dos dois vereadores e nos gabinetes deles na Câmara de Vereadores da Capital, além de buscas nos sistemas e câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, local onde o crime teria ocorrido.
Com o cumprimento dos mandados, tanto Chico 2000 quanto Sargento Joelson foram afastados do cargo por decisão judicial e estão impedidos de manter contato entre si, com testemunhas e servidores da Câmara de Cuiabá, bem como de acessar à sede do legislativo ou as obras do Contorno Leste.
Eles também não poderão se ausentar da cidade sem autorização da Justiça. Além disso, ambos deverão entregar seus passaportes imediatamente à autoridade policial.
O nome da operação (Perfídia) faz menção ao significado da palavra, que significa “a qualidade de alguém que age com falsidade, traição ou deslealdade, ou seja, que não cumpre com as promessas ou obrigações”.
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