Luana Valentim
Foto: (Reprodução/Web)

Após a declaração do governador eleito, Mauro Mendes (DEM), na última terça-feira (11) de que pretende aumentar a carga tributária do setor algodoeiro, o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Alexandre Pedro Schenkel, afirmou por meio de nota que o setor está aberto para o diálogo. Mas garantiu que qualquer aumento da carga tributária aos produtores poderá gerar um grande prejuízo ao Estado.
Nesta terça-feira, ao se reunir com o atual governador Pedro Taques (PSDB) no Palácio Paiaguás, Mendes disse que a sua equipe de transição ainda está estudando os números para fechar uma proposta de fusão dos Fundo Estadual de Transporte e Habitação 1 e 2, além do aumento do percentual a ser recolhido do agronegócio.
O democrata afirmou que a produção do algodão, que está em um bom momento, deve ser a primeira a contribuir com mais impostos. “Alguns setores, o de algodão, por exemplo, nós acreditamos, que é um setor que está amadurecido, em uma cadeia que está num momento muito bom e pode sim contribuir mais com o Estado de Mato Grosso”.
Em nota, Schenkel disse que os produtores estão abertos ao diálogo com a equipe de transição do governo Mendes e dispostos a apresentarem números, volume de contribuição já existente e os riscos no aumento da carga tributária, que poderá gerar uma retração na economia, impactando as demais arrecadações e onerando a sociedade.
“Esperamos que as decisões não sejam tomadas de forma unilateral, sem diálogo e, principalmente, sem um conhecimento completo do funcionamento deste setor fundamental para a economia de Mato Grosso, que paga impostos, arrecada ICMS e ainda contribui atualmente com dois fundos (Fethab 1 e 2). Qualquer ação imprudente poderá gerar enormes prejuízos ao Estado”, disse.
Por fim, o presidente da associação declarou que os produtores de algodão se comprometem a continuar pagando os seus impostos e contribuir com o crescimento de emprego e renda, mas defendendo que a atuação do governo seja igualitária.
Nota na íntegra:
Em relação às declarações do governador eleito, Mauro Mendes (DEM), sobre possível aumento dos impostos pagos pelos produtores de algodão, a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) esclarece que o setor teve conhecimento das informações pela imprensa e que ainda não foi formalmente convocada para uma discussão sobre o tema.
A Ampa reitera publicamente que está à disposição da equipe de transição do novo Governo, bem como do próprio governador eleito, para apresentar os números do setor, o volume de contribuição já existente e os riscos no aumento da carga tributária que poderá gerar uma retração da economia, impactando as demais arrecadações e onerando a sociedade.
Esperamos que as decisões não sejam tomadas de forma unilateral, sem diálogo e, principalmente, sem um conhecimento completo do funcionamento deste setor fundamental para a economia de Mato Grosso, que paga impostos, arrecada ICMS e ainda contribui atualmente com dois fundos (Fethab 1 e 2). Qualquer ação imprudente poderá gerar enormes prejuízos ao Estado.
Os produtores de algodão não deixarão de cumprir com suas obrigações de pagar seus impostos e contribuir com o aumento de emprego e renda, mas defendemos que a atuação do Governo do Estado seja igualitária, fazendo a sua parte com a diminuição da máquina pública, pois desta forma terá o apoio de todos que contribuem para o desenvolvimento.
Alexandre Pedro Schenkel
Presidente da Ampa
Taxação da carne
O presidente da Associação dos Criadores Nelore de Mato Grosso, Mario Candia, também se manifestou diante da discussão de taxação no setor. Ele destacou que, com o preço da arroba do boi estagnada nos últimos três anos e os custos de produção em constante reajuste, os pecuaristas de Mato Grosso enfrentam a pior crise e são contra uma nova taxação ao setor.
O tema foi discutido durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (29), na Assembleia Legislativa, como proposta do deputado estadual, Wilson Santos (PSDB), no enfrentamento à crise do governo estadual.
“Vamos esperar a avaliação dos outros setores agro, mas nós, da pecuária, não temos como taxar mais a nossa carne. Já vivemos um momento muito difícil, em que a nossa margem está negativa ou muito próxima disso. Veja bem, enquanto o consumo interno da proteína da carne bovina caiu, todos as despesas aumentaram, como insumos, mão de obra, sal mineral, ração, arame e diesel. Além disso, temos que investir em melhores tecnologias e reforma de pasto. Diante deste cenário, esperamos bom senso de todos os envolvidos nessa discussão”, frisou Candia.
Nota na íntegra:
Com o preço da arroba do boi estagnada nos últimos três anos e os custos de produção em constante reajuste, pecuaristas de Mato Grosso enfrentam a pior crise e são contra uma nova taxação ao setor. Ao todo, são cerca de 100 mil produtores no Estado, que possuem o maior rebanho do país, um total de 30 milhões de animais, porém, 75% destinado ao mercado interno, que está enfraquecido.
O tema foi discutido durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (29), na Assembleia Legislativa, como proposta do deputado estadual, Wilson Santos (PSDB), no enfrentamento à crise do governo estadual. Mas, para o presidente da Associação dos Criadores Nelore de Mato Grosso (ACNMT), Mario Candia, que também representava a Acrimat, o setor já vem contribuindo com várias taxas, entre elas, Fabov, Fesa, Fethab 1 e 2 e suporta uma alta carga tributária.
“Vamos esperar a avaliação dos outros setores agro, mas nós, da pecuária, não temos como taxar mais a nossa carne. Já vivemos um momento muito difícil, em que a nossa margem está negativa ou muito próxima disso. Veja bem, enquanto o consumo interno da proteína da carne bovina caiu, todos as despesas aumentaram, como insumos, mão de obra, sal mineral, ração, arame e diesel. Além disso, temos que investir em melhores tecnologias e reforma de pasto. Diante deste cenário, esperamos bom senso de todos os envolvidos nessa discussão”, frisou Candia.
Conforme o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, a comparação feita pelo parlamentar (Wilson Santos) com o estado vizinho, Mato Grosso Sul, deixa em grande desvantagem principalmente o pecuarista, pois as realidades são bastante distintas. Enquanto a arroba em Mato Grosso estagnou em R$ 135 reais, o custo do abate de uma cabeça de boi chegou neste ano a R$ 42 em taxas pagas pelo produtor. Já os sul-mato-grossenses pagam R$ 17/cabeça, ou seja, 151% a menos.
“Infelizmente o PIB (produto interno bruto) decresceu no Brasil e em Mato Grosso, o que gerou muita dificuldade aos pecuaristas. Para 2019, com um novo governo, é esperada uma retomada do mercado interno, a alta da arroba boi e a manutenção dólar em patamar elevado, o que pode ajudar na exportação, claro, aliada à abertura novos mercados. Uma nova taxa não cabe aqui, é preciso compreender que nos últimos anos o setor da pecuária enfrentou não só com a crise econômica e política, também passou por várias operações (Carne Fraca), que trouxeram impactos muito negativos”, acrescentou Latorraca.
Setor Agro
O Fórum Agro MT apresentou durante a audiência pública dados que demonstram a evolução econômica do agronegócio, custos de produção e os impactos negativos que novas taxações podem gerar para o desenvolvimento do estado, entre eles, na geração de emprego e renda. No ano passado, por exemplo, o agro respondeu por 33% da participação dos empregos gerados no estado, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
"Onde tem agro tem emprego e renda circulando. Não viemos aqui para o embate, mas sim para o debate. O agro já é taxado e essa taxação é alta não pelo valor que é pago, mas pelo retorno em serviços que temos direito. Essa é a discussão que tem que ser feita", argumentou Normando Corral, presidente do Sistema Famato e do Fórum Agro MT.
Participaram do debate produtores rurais de vários municípios e as lideranças e representantes das entidades que fazem parte do Fórum Agro MT (Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat, Acrismat, ACNMT e Aprosmat).
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