Kamila Arruda
Única News
O promotor Milton Mattos da Silveira Neto, da 7ª Promotoria de Justiça Cível de Tutela Coletiva da Saúde de Cuiabá, garante que o Ministério Público Estadual (MP) não vai admitir o fechamento da Santa Casa sem um plano de direcioamento dos atendimentos que são realizados hoje na unidade de saúde.
O integrante do órgão fiscalizador afirma que, se isso ocorrer, irá notificar o Governo do Estado e tomar todas as medidas cabíveis para garantir o total atendimento à população.
"Fechar a Santa Casa de maneira abrupta, sem um plano muito bem feito de para onde esses serviços vão, nós do Ministério Público somos contra. E caso isso seja feito, obviamente vamos notificar o estado e tomar as medidas necessárias para que o estado garanta que nenhum dos serviços que existe hoje na unidade seja perdido", enfatizou, em audiência Pública relizada na manhã desta segunda-feira (19), na Assembleia Legislativa.
A sugestão de Milton é que, ao invés de o Governo do Estado comprar a Santa Casa, que possui uma dívida consolidada de R$ 38 milhões, mais dívidas trabalhistas na ordem de R$ 50 milhões, seja construído uma anexo no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que abrigue todo o atendimento que hoje é feito pela Santa Casa.
"A minha sugestão é fazer um anexo no HMC, porque é um prédio novo, próprio, tem espaço para ser ampliado, é possível fazer 200 leitos de enfermaria, mais 40 leitos de UTI. Faz-se um anexo no HMC, absorve os serviços que tem hoje na Santa Casa", disse.
"O que eu defendo é um meio termo. Eu acho que é possivel levar a parte cirúrgica paro Hospital Central. No entanto, não me parece a melhor saída simplesmente fechar a Santa Casa com os tantos serviços que ali existem. E o que mais me preocupa é a oncologia", completou.
As dicussões em torno do possível fechamento da Santa Casa começaram após o Governo do Estado anunciar que a unidade de saúde, que hoje é mantida pelo Executivo Estadual, será desativada após a inauguração do Hospital Central, prevista para o final deste ano.
Somado a isso, o Tribunal Regional do Trabalho autorizou a venda do complexo Santa Casa no valor de R$ 78 milhões, para quitar as dívidas trabalhistas com 860 ex-funcionários, que somam mais de R$ 50 milhões. Desse total, ainda falta pagar R$ 43,7 milhões aos trabalhadores demitidos do hospital filantrópico.
Desde então, algumas figuras políticas, entre elas o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), defendem que o Governo compre a unidade de saúde para evitar o seu fechamento. O liberal, inclusive, sugere que após a compra, a gestão da Santa Casa passe para a responsabilidade do município.
"Não somos um órgão de decisão política, somos um orgão de fiscalização e também sabedores de todo o potencial que é o Hospital Central. Vai ser um grande hospital, moderno, uma coisa maravilhosa que nunca existiu na saúde de Mato Grosso, mas ele é um hospital eminentemente cirúrgico, não é um hospital de tratamento e a Santa Casa não é apenas um hospital cirúrgico. Lá temos tratamento de câncer, atendimento pediátrico, sem falar que tem muitos leitos de enfermaria e UTI, que podem servir como retaguarda", finalizou o promotor.
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