Aline Almeida
Única News
Alvo da Operação Rota Final, o ex-deputado Pedro Satélite usava os familiares para receber as propinas pagas por empresários do transporte. O apontamento é de Ação Civil Pública proposta pelo promotor Ezequiel Borges de Campos, no dia 21 de maio. Mas, em entrevista exclusiva ao Única News, o ex-parlamentar nega qualquer participação no esquema denunciado pelo MP, e reforça que vai provar quando for chamado para dar explicações. Satélite, Dilmar Dal Bosco e mais 12 foram denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação do setor transporte promovida pela Secretaria de Infraestrutura do Estado de Mato Grosso e Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (AGER-MT).
No caso de Satélite, o promotor revela que ele usou da própria família para receber a propina. Tanto que seu filho, Andrigo Wiegert, é um dos denunciados como parte ativa da organização criminosa. Segundo o MP, entre fevereiro de 2014 e março de 2018, Satélite teria recebido R$ 575 mil da Verde Transportes. “Foram levantadas inúmeras transferências de numerário para a conta bancária de Andrigo Wiegert, originárias de contas pertencentes a empresas do Grupo Verde Transportes e que ocorreram entre 03/02/2014 e 29/03/2018, totalizando R$ 574.998,79".
Andrigo fez os pagamentos na ordem de R$ 259 mil na conta da esposa, Glauciane Vargas Wiegert. Os valores também eram repassados pela Órion Transportes, que pertence ao Grupo Verde, de Eder Pinheiro. Pedro Satélite ainda recebeu R$ 235 mil em cheques nominais à Transporte Satélite LTDA .
Em outra ocasião, a sua cunhada Arlete Lucia Wiegert, recebeu R$ 50 mil em cheques emitidos pela Órion. A filha de Arlete, Silvana Angela Wiegert Batista também não ficou de fora e como "mimo" recebeu um cheque de R$ 10 mil. Ele também recebia uma “mesada” dada pela Verde Transportes ao casal, cujo pagamento era de responsabilidade do ex-diretor da organização, Max Willian. O valor mensal dos pagamentos girava entre R$ 15 mil e R$ 30 mil.
O MP aponta que havia, inclusive, uma “cota mensal”, de 30 “cortesias” de passagens, oferecidas pela Verde Transportes. Até a sogra de Satélite viajou com as cortesias. Já a filha de Pedro Satélite, Marciana Wiegert Alonço dos Reis, recebeu um carro do Grupo Verde – uma Mitsubishi Pajero Sport HPE, (2007/2008), avaliada em R$ 35 mil. O veículo foi transferido em março de 2012 à Idmar Favaretto, irmão da esposa do ex-deputado estadual, Eliane de Fátima Favaretto.
Outro lado
Ao Única News, Satélite confirmou que até o momento não foi chamado na Justiça para manifestar a respeito do assunto. Mas que irá até o fim para provar a sua inocência. Lamenta que o nome da sua família esteja sendo usado sem motivo, tal como o da ex-sogra. Sobre as passagens recebidas, o ex-deputado destacou que jamais pediu diretamente este benefício.
“Todos deputados pedem passagem. Seja para auxiliar no trajeto de um doente que tem que vir fazer tratamento de saúde. Se isso for crime, salvar vida”.
Pedro Satélite destaca ainda que está revoltado como o nome vem sendo exposto e que há 25 anos deixou de ser sócio da empresa da família. Empresa essa, que por problemas econômicos e para quitar dívidas, foi vendida. O ex-parlamentar frisa ainda que sempre foi defensor de um transporte de qualidade e que na época da licitação disse que com a outorga que estava sendo proposta, a licitação não daria certo. De forma que as empresas vencedoras pagariam apenas uma parcela e na outra entrariam na Justiça, que foi o que aconteceu.
“Irei até o fim para provar a minha inocência, não tenho nenhuma ligação com isso. Penso que tem muita coisa que o Ministério Público tem que investigar e não está fazendo”, complementa.
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Lucia 28/05/2021
Como mente esse Deputado. Não tem nada de processo de outorga judicializado, e ainda tem a cara de pau de dizer que as passagens ofertadas são para atender pessoas do interior com problema de saúde. Tem verba de gabinete para que?
1 comentários