Ana Adélia Jácomo
Única News
Após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pedir na última semana que pessoas entrem em hospitais e façam vídeos dos leitos para mostrar se há superlotação, o secretário estadual de Saúde Gilberto Figueiredo afirmou nesta terça-feira (16) que determinará prisão de cidadãos que seguirem o conselho do chefe do Executivo.
Para ele, as afirmações do presidente são altamente reprováveis, uma vez que estimula pessoas a se exporem a situações de alto risco de contaminação e também viola a privacidade dos doentes e profissionais da saúde.
Bolsonaro sugeriu a invasão de hospitais, segundo ele, para que o Governo Federal conte com a ajuda de populares na fiscalização de recursos públicos destinados ao combate da doença.
“Em relação a questão de estimular o cidadão a invadir os hospitais, é altamente reprovável. Não concordo nem no momento que não tenha pandemia, quanto mais no momento de pandemia com uma infecção altamente contagiosa, estimulando pessoas a entrarem dentro dos hospitais. Isso não vai ocorrer nos hospitais de gestão do Governo do Estado de Mato Grosso. Quem quiser fazer isso, e forçar a fazer, vai ser preso”, afirmou o secretário.
O presidente afirmou que tem recebido muitas denúncias pelas redes sociais e tudo de relevante é encaminhado para a Polícia Federal ou para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência). A desconfiança é de que estados e municípios estejam recebendo recursos da União para abertura de leitos hospitalares, mas não estejam fazendo.
“Existem lei que proíbem [entrada em hospitais], e é para segurança das pessoas, inclusive, não há nem visita dos parentes a um paciente de covid nos hospitais, quanto mais as pessoas irem fazer supervisão e invasão dessa natureza! Totalmente desproposital essa sugestão que não vem ao encontro do pensamento de praticamente de todos os secretários de Saúde do Brasil”, completou Gilberto.
Em Mato Grosso, existem 816 leitos de enfermaria exclusivos para a Covid-19 e 233 de UTI, com 145 pessoas internadas em leitos clínicos (23,3%) e 151 pacientes com casos graves da doença, em leitos de UTI (75,9%).
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