Da Redação
(foto: reprodução)

Após a operação 'Rota Final' deflagrada na quarta-feira (25), em Cuiabá, o governador Pedro Taques (PSD) declarou que foi pressionado pelos empresários que foram presos, para não realizar a licitação do transporte intermunicial de passageiros do Estado de Mato Grosso. Com a pressão, ele confessou que fez "cara de besta" e continuou o processo licitatório executado pela Scretaria de Infraestrutura e Logística do Estado de Mato Grosso (Sinfra).
A operação Rota Final cumpriu quatro mandados de prisão temporária na quarta-feira e outros de busca e apreensão autorizados pelo desembargador Guiomar Teodoro Borges. Os alvos são Éder Augusto Pinheiro, Júlio César Sales Lima, Max Willian de Barros Lima, Wagner Ávila do Nascimento, apontados como líderes do esquema. Além dos deputados estaduais Dilmar Dal Bosco (DEM) e Pedro Satélite (PSD), o secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo Duarte, empresários e servidores da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Ager-MT).
Segundo o Ministério Público do Estado (MPE), os investigados têm fraudado o novo modelo de operação do serviço de licitação, onde desestimulam a participação de novas empresas interessadas.
O Ministério Público exigia desde 1990, que fosse feita a licitação, porém, nenhum governo quis se responsabilizar pelo assunto. Tucano lembra que ele entrou com a revogação do decreto 2.499/14 que autoriza a operacionalização do transporte público intermunicipal até 2031.
“Ninguém queria fazer isso não. No dia que assumi, uns 10 dias depois, liguei pra (promotor de justiça) Ezequiel e disse que ia revogar o decreto. Revogamos o tal do decreto e determinamos a licitação, porque não é possível”, disse o governador.
Segundo o governador, após a revogação do decreto, ele participou de várias reuniões com os empresários para debater sobre o assunto e sempre era questionado pela sua decisão de encaminhar à Secretaria de Infraestrutura da responsabilidade de realizar a licitação.
“Os empresários foram falar comigo várias vezes me pressionando. Aí chamei o promotor, foi uma vez, e sempre com cara de besta. Vai fazendo cara de besta e vai falando que está errado. Tem parecer disso, daquilo. Mas tem uma recomendação do MP que é para fazer”, destacou.
A licitação chegou a ser suspensa por algumas vezes por decisão judicial. Os empresários questionavam o modelo licitado que divide o Estado por mercado e não por linhas, como ocorre atualmente. A ação foi vista como protelatória pelo Ministério Público do Estado, que recorreu e a continuidade da licitação foi determinada no último dia 23.
“Não temos receio. Precisamos de controle. Uma administração publica sem controle está fadada ao insucesso. Quando revoguei o decreto do Silval, eu passei para a Sinfra. Todas as vezes determinamos que as licitações fossem feitas”, concluiu o governador durante entrevista em um evento.
Com a continuidade, a licitação está marcada para ocorrer no dia 24 de maio, às 14h30, na sede da Secretaria de Infraestrutura. Na ocasião, haverá o recebimento e abertura dos envelopes de habilitação
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