por Lara Belizário/ Única News
(Foto: Reprodução)

Na manhã desta terça-feira (18), durante entrevista a uma rádio da Capital, o governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que não há necessidade de afastar os coronéis presos, investigados pelo esquema de escutas clandestinas, que supostamente envolvem oficiais do alto comando da PM no Estado.
"Acho que nós estamos vivendo um momento no Brasil, onde um cidadão, se investigado, já é culpado. Se um cidadão é processado, ele já é condenado. Nós temos que obedecer a tese do contraditório e a ampla defesa. Afinal, nós temos que dar ao cidadão este direito constitucional", afirmou.
Os coroneis da Polícia Militar (PM) Evandro Lesco, secretário afastado da Casa Militar, e Ronelson Jorge, secretário-adjunto da pasta, foram presos no dia 23 de junho. No mesmo dia, também foram presos o tenente-coronel Januário Batista e o cabo Euclides Torezan da PM. Já no dia 23 de maio, o coronel Zaqueu e o cabo Gerson Correia Junior, também foram presos por escutas ilegais.
Sobre o cargo dos coronéis no governo, Taques afirmou que sua gestão proíbe um secretário de ter ficha suja e lembrou que este não é o caso deles.
"Eu tenho um decreto que diz: ficha suja não pode ser secretário. Não diz, investigado não pode ser. Aliás, eu li algumas peças sobre a 'grampolândia pantaneira', eu avaliei e entendi dessa forma", esclareceu o governador.
No entanto, após sua prisão, o coronel Lesco foi afastado da chefia da Casa Militar, por um ato administrativo. O governador ainda afirmou que a possibilidade da volta do coronel ao cargo, será avaliada quando ele sair da prisão.
"Se ele sair, nós vamos analisar. Não vou jantar antes de almoçar. No momento espero que ele saia logo da prisão e quando isso acontece, aí eu vou decidir. Só espero que ele saia logo".
Segundo o governador, seu posicionamento é favorável as investigações do esquema, denunciado pelo ex-secretário de Segurança Pública e promotor de Justiça, Mauro Zaque. E ainda, acrescentou que no dia 14 de outubro, entregou em mãos um pedido de correção e investigação ao Zaque. Protocolado!
"Nós precisamos esperar as investigações, não vou julgar as pessoas antes do momento. Nós precisamos sim investigar isso, aliás foi eu que determinei a investigação", declarou Taques.
Ex-secretário de Taques
Durante a entrevista, Pedro Taques também falou que o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques - suspeito de estar ligado aos grampos -, o havia comunicado que uma pessoa, estaria mantendo relações com João Arcanjo Ribeiro, o ex-bicheiro que está preso na Penitenciária Federal de Mossoró, após ser condenado a 19 anos de prisão pelo assassinato do empresário Sávio Brandão.
"Após ele me contar isso, pedi ao promotor Mauro Zaque e ao ex-secretário de Segurança Pública, Fábio Galindo, que fossem ao meu gabinete. Lá o Paulo Taques contou novamente o que havia me falado. Naquele momento, Zaque o aconselhou a procurar a delegada Alessandra Satutirno, da Secretaria de Segurança. Ele foi até ela e fez a denúncia", afirmou.
O governador defendeu que Paulo, ao realizar a denúncia, não teria feito nada além de cumprir seu papel de cidadão. E, ainda, acrescentou, que Paulo não teria poder para ordenar grampear ninguém.
"Quer dizer que se ele pedisse a delegada para assaltar um banco pra matar alguém, ela mataria? Ele só cumpriu seu papel de cidadão, comunicou o fato e fez a denúncia. A secretaria é quem pega a informação e toca as investigações", declarou Taques. (Com informações da Rádio Capital FM 101.9)
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