Ana Adélia Jácomo
Única News
O contrato do estacionamento rotativo em Cuiabá, operado pela empresa CS Mobi, virou alvo de uma nova ofensiva na Câmara Municipal. O vereador Dilemário Alencar (União Brasil), líder do governo na Casa, protocolou um pedido para que o ex-prefeito Emanuel Pinheiro compareça à CPI que investiga o contrato, com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre os termos da concessão.
A principal crítica se refere à controversa cláusula contratual que obriga a prefeitura a repassar R$ 650 mil mensais para a CS Mobi, além da empresa já cobrar pelo estacionamento dos cuiabanos.
"Pela lógica era para ser o contrário, né? Paga para explorar o serviço. Aí disseram que não, porque a empresa tem que construir o novo mercado municipal e para fazer aí umas calçadas na região central", ironizou o vereador em entrevista ao podcast Política&Política, do Canal TV Única.
Para Dilemário, o contrato, que tem duração de 30 anos, pode custar aos cofres públicos até R$ 1 bilhão com as devidas correções monetárias.
Ele classifica a situação como uma "excrescência", especialmente em um momento em que a prefeitura luta para levantar R$ 500 milhões para asfaltar todos os bairros da cidade.
"Está muito mal contada a história desse contrato", afirmou, defendendo que Emanuel Pinheiro precisa explicar "qual foi a vantagem que esse contrato firmado trouxe para o povo de Cuiabá".
Outro ponto de forte indignação do vereador é a retirada da gestão da gratuidade do estacionamento para idosos e pessoas com deficiência. Segundo ele, Emanuel Pinheiro teria conseguido derrubar essa gratuidade na justiça.
"Eu quero perguntar para ele, olhar na cara dele, por que que ele fez isso com os idosos? Por que que ele fez isso com as pessoas com deficiência? Ele fez isso para ajudar a CB Mobi, essa empresa aí que cobra estacionamento? Qual que é a ligação dele com essa empresa?".
Dilemário alertou que o contrato foi "engendrado" de forma a prejudicar o próximo gestor. Caso a prefeitura tente romper o contrato sem o apoio do Ministério Público e do Poder Judiciário, poderá ter que pagar uma multa de R$ 100 milhões à empresa.
O vereador enfatizou que não é contra o estacionamento rotativo em si, mas contra a prefeitura "bancar uma empresa privada para cobrar do povo cuiabano e receber essa montanha de dinheiro público".
O pedido de convocação de Emanuel Pinheiro foi protocolado junto ao presidente da CPI do estacionamento rotativo, vereador Rafael Ranalli (PL), para que o ex-prefeito possa depor e esclarecer as questões que envolvem a polêmica concessão.
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