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SAÚDE E BEM ESTAR Sábado, 05 de Novembro de 2016, 08:53 - A | A

05 de Novembro de 2016, 08h:53 - A | A

SAÚDE E BEM ESTAR / SAÚDE E BEM ESTAR

Câncer poderá matar 5,5 milhões de mulheres por ano no mundo em 2030

Dado foi divulgado no Congresso Mundial do Câncer nesta terça-feira. Envelhecimento, sedentarismo e obesidade favorecem aumento.

Da France Presse



Pacientes recebem quimioterapia em centro especializado em tratamento de câncer na França, em foto de arquivo  (Foto: Philippe Huguen/AFP)
Pacientes recebem quimioterapia em centro especializado em tratamento de câncer na França, em foto de arquivo (Foto: Philippe Huguen/AFP)
 

O câncer poderá matar 5,5 milhões de mulheres a cada ano no mundo em 2030, quase 60% a mais em relação a 2012, devido ao aumento e ao envelhecimento da população, de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira (1º).

 

Segundo o relatório da Sociedade Americana do Câncer (ACS) divulgado no Congresso Mundial do Câncer, que acontece até quinta-feira em Paris, será essencial aumentar os esforços em educação e em prevenção para lutar contra esta epidemia que matou 3,5 milhões de mulheres em 2012. A maioria destes óbitos ocorreu em países em desenvolvimento.

 

"O peso do câncer aumenta nos países com rendas baixas e médias devido ao envelhecimento e ao crescimento da população", explicou Sally Cowal, vice-presidente sênior de saúde global da ACS, que compilou o relatório com a empresa farmacêutica Merck.
 

Este aumento também é atribuído ao "aumento da frequência de fatores de risco de câncer conhecidos e ligados à transição econômica rápida, como a falta de atividade física, a má alimentação, a obesidade e fatores reprodutivos", por exemplo, ter o primeiro filho com uma idade avançada, o que aumenta os riscos de câncer de mama.

 

Segunda causa de morte de mulheres

CANCER

 


O câncer constitui, depois das doenças cardiovasculares, a segunda causa de morte de mulheres no mundo, o que representa 14% do total de mortes femininas em 2012, afirma o relatório.

 

Os autores observam que grande parte das 700 mil mortes anuais por câncer de pulmão e do colo do útero poderiam ser prevenidas com um combate eficiente ao tabagismo, da vacinação e do diagnóstico precoce.

 

O câncer de mama, o mais frequente, é a principal causa de morte por doenças oncológicas de mulheres no mundo, com 1,7 milhão de casos diagnosticados e 521.900 óbitos em 2012.

 

Em segundo lugar vem o câncer de pulmão, com 491.200 mortes por ano entre as mulheres. Nos Estados Unidos e na França, mais de 80% destes casos estão vinculados ao tabagismo, enquanto na África subsaariana esta porcentagem se reduz a 40%.

 

Um dos fatores de risco que poderia ser reduzido é a poluição interior, causada pela cozinha e pela calefação a lenha ou a carvão, responsável por 1,6 milhão de mortes de mulheres no mundo em 2010.

 

Já o câncer do colo do útero causa 266.000 mortes por ano. Em relação a este tipo de câncer, "90% dos casos são registrados em países em desenvolvimento. A Índia representa 25% do total de casos", detalha o relatório.

 

A África subsaariana, a América Central e do Sul, assim como o sudeste asiático e o leste da Europa, têm as taxas de incidência (novos casos) e de mortalidade mais elevadas.

 

A maioria dos casos de câncer do colo do útero pode ser evitada através da vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV), e pode ser facilmente detectada através do teste de papanicolaou.

 

Diagnóstico precoce


O diagnóstico de lesões pré-cancerígenas ou de cânceres em estado precoce também faz parte da luta contra esta doença, mas ainda está longe de ser ótimo, assim como a vacinação, afirmam os autores.

 

O acesso aos tratamentos e ao diagnóstico do câncer de mama também continua sendo problemático nos países em desenvolvimento.

 

O relatório revela uma "escassez" em matéria de radioterapia na África e no sudeste asiático, onde ao menos 30 países não contam com estes serviços.

 

Os países de rendas baixas e médias, onde se concentram 60% dos casos de câncer, possuem apenas 32% dos equipamento de radioterapia disponíveis.

 

Os analgésicos opioides, como a morfina, são subutilizados nesses países, onde os pacientes morrem sem que suas dores sejam aliviadas.

 

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