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Leandra Leal, de 42 anos, anunciou, nesta quinta-feira (3), o fim de seu contrato com a Globo. Em uma publicação feita em suas redes sociais, a atriz refletiu sobre sua trajetória na emissora em que entrou com 12 anos e saiu com 42, totalizando 30 anos de Globo. Leandra também destacou a singularidade da profissão e relembrou desafios enfrentados nos bastidores. Confira!
A atriz iniciou a publicação falando sobre a relação com o grupo: "Eu achava muito estranho quando as pessoas chamavam a Globo de casa. Afinal era um empresa, e é meio estranho romantizar viver no trabalho. Mas com o tempo esse nome casa foi fazendo sentido pra mim através das relações que eu construí nessa empresa. Eu vivi grandes amizades nesses 30 anos de Globo, por mais industrial que fosse o ritmo, a criatividade é sempre um fluxo e as relações que ali se criam são íntimas, intensas no tempo infinito e limitado de cada projeto."
"Encontrar alguém em cena é conhecer seu íntimo. É tão bonito esse ritmo, a cada escalação novas conexões, que depois se afastam e se reaproximam por segundos quando nos esbarramos em algum corredor. Encontros em mar aberto, como num mergulho de snorkel avistar um peixe raro. Minha profissão é feito uma colcha de retalhos, bordada por muitas mãos, mãos dadas, com esmero por cada detalhe. Cada trabalho, além de encontros, traz também aprendizado. Aprender uma coisa nova aos 17 anos, aos 30, aos 40, pode ser um sentimento, um idioma ou um instrumento", continuou o texto de despedida.
Leandra destacou a singularidade da profissão e os desafios enfrentados nos bastidores: "Domar os sentidos, não sentir frio num estúdio com roupa de praia, não sentir calor numa roupa do século XVII numa cidade cenográfica em Curicica no século XXI. Aprender a decorar em pouco tempo, levar uma personagem durante um ano e viver com ela as coisas mais banais e os eventos extraordinários que marcam uma novela: perder alguém, trair, ser traída, se vingar… Fazer bem 40 cenas por dia. 40! Escolher as prioridades e aceitar seus limites. Acelerar o processo sem deixar de passar por cada etapa."
"A coisa mais valiosa que eu levo dessa casa são as pessoas, que não moram nessa casa, mas construíram a sua história."
A artista também resgatou suas primeiras lembranças na Globo: "Essa menina do crachá que entrou com 12 anos na Globo logo após perder o pai, que viu o mundo se abrir na quarta parede do estúdio, que aprendeu a se concentrar para passar de ano e trabalhar ao mesmo tempo, que aprendeu tanto em todos esses anos... Muito!".
Em tom de gratidão, ela reforçou sua conexão com o público e seus planos para seu futuro: "Eu só posso agradecer a cada pessoa que cruzou meu caminho nesses anos, nesses corredores. E falar aquilo que agora todos esses posts de fim contrato falam: é uma nova fase da nossa relação, não é um fim, blá-blá-blá e é verdade. Mas o fato é: essa casa estará sempre na minha memória, eu vou continuar trabalhando como atriz onde o coração levar, em qualquer tela, ao vivo, e também vou dirigir, seguir aprofundando os meu projetos e contar cada vez mais histórias."
"Conto com vocês, meus amigos de sempre e os novos amigos que virão. Seguimos. É isso, gratidão a Globo, as pessoas que fazem a Globo, e principalmente ao público."
A artista também agradeceu as pessoas em que se encontrou: "Mestres e mestras que eu conheci, reconheci, aprendi, me inspirei e compartilhei. Foram 30 anos. Já? Sim. Já tem coisas com mais de 30 anos. Eu me misturei nas minhas personagens, me curei e transformei, eu cresci acompanhada por um público gigante. E sou grata por isso."
Por fim, Leandra refletiu sobre sua trajetória e as experiências que levará consigo: "Sou grata por ter tido esse contrato que me permitiu sonhar e realizar sonhos e fazer amizades; que me permitiu cantar, falar outra língua, cozinhar, pintar, viajar, conhecer o Brasil, correr na Amazônia, na praia, mergulhar no rio, me apaixonar, desapaixonar, comprar meu apartamento, apresentar programa, dar entrevistas falando o que eu penso, entrar na memória de tanta gente e, por fim, ser quem eu sou."
"Não foi sempre fácil, sempre trabalhoso, mas é tão prazeroso olhar para essa trajetória agora e me reconhecer. E eu ainda pude realizar outro grande sonho: atuar, escrever e dirigir num mesmo projeto, colocando a minha vida como matéria prima em A Vida Pela Frente - nessa máquina gigante eu consegui espaço para criar", finalizou.
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