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O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) informou nesta quarta-feira (14) que irá apurar denúncias contra o deputado Douglas Garcia (Republicanos), que ofendeu a jornalista Vera Magalhães após um debate para as eleições estaduais de São Paulo, realizado na terça-feira (13).
Segundo a nota, a investigação será feita “com transparência e celeridade”. A presidente do Conselho, Maria Lucia Amary, afirmou que, no momento em que recebeu a representação contra Garcia, enviou para autuação e notificação do deputado.
“Como mulher, repudio veementemente este tipo de comportamento e me solidarizo com a jornalista Vera Magalhães, que estava no exercício do seu trabalho”, destacou Amary.
O presidente da casa legislativa, Carlão Pignatari, manifestou “solidariedade à jornalista Vera Magalhães e seu repúdio à atitude irresponsável do deputado Douglas Garcia”.
“A Alesp não compactua e repudia condutas ofensivas e desrespeitosas, sempre prezando pelo respeito, diálogo e tolerância entre todos”, complementa a nota.
Ao menos quatro deputados e deputadas entraram com representações contra Garcia, incluindo Isa Penna (PCdoB), Monica Seixas (PSOL), Emidio Pereira de Souza (PT) e Paulo Fiorilo (PT).
Outro lado
Procurado pela CNN anteriormente, o deputado expôs que “fez um questionamento válido à Vera Magalhães sobre o contrato com a TV Cultura e sobre as críticas costumeiras tecidas por ela ao Presidente da República”. Além disso, pontuou que o pedido de cassação contra ele “é mais um da esquerda” e que fará um boletim de ocorrência contra a jornalista.
“O boletim de ocorrência é por calúnia em razão da Vera Magalhães ter afirmado que foi agredida, o que não é verdade. A jornalista reagiu com agressividade, tocou em seu rosto e chamou os seguranças para retirá-lo”, disse a assessoria de Garcia.
Pelas redes sociais, o deputado observou que recebe “com tranquilidade mais uma representação do PT contra mim no Conselho de Ética da Alesp”.
Em resposta à CNN, o Republicanos repudiou a ação do deputado e que a executiva estadual irá convocá-lo para explicações e avaliar a possível aplicação de medidas.
“A conduta do partido, que preza pelo conservadorismo na sua essência, é sempre pela via do diálogo, do bom senso e do respeito aos demais partidos, às instituições e às pessoas. Isso foi deixado claro ao Douglas no ato da sua filiação no ano passado”, ressalta a nota.
Entenda o caso
Conforme vídeos publicados nas redes sociais de ambos os envolvidos, Garcia vai até Vera Magalhães e a questiona: “Vera, você assinou um contrato de meio milhão de reais para falar mal do presidente da República?” O valor se refere ao seu contrato anual com a Cultura. Após isso, ela chama a segurança e ele profere ofensas, afirmando que ela é uma “vergonha” para a profissão.
“Você é deputado e veio para fazer essa palhaçada?”, pergunta Vera posteriormente. “Eu tenho vergonha na cara, o contrato é de R$ 200 mil, eu publiquei e você sabe”, continua.
O bate-boca permaneceu, até que o diretor de jornalismo da TV Cultura e âncora do debate, Leão Serva, toma o celular de Garcia e o arremessa.
Tarcísio Freitas, candidato ao governo de São Paulo e participante do debate, disse que repudia “veementemente a agressão sofrida pela jornalista Vera Magalhães enquanto exercia sua função de jornalista durante o debate de hoje”.
“Essa é uma atitude incompatível com a democracia e não condiz com o que defendemos em relação ao trabalho da imprensa”, complementou.
Em nota, Freitas também afirmou: “Lamento muito, se eu soubesse que ia dar alteração, não teria convidado. Jamais teria dado o convite se fosse para haver desrespeito a qualquer jornalista. O que a gente tem que fazer é afastar esse tipo de comportamento. Diante disso, não (será convidado para novos eventos)”.
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