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Da Redação
A deputada federal Gisela Simona (União Brasil), vice-líder da bancada feminina na Câmara dos Deputados, lamentou nesta semana o crescimento alarmante dos feminicídios em Mato Grosso. Segundo ela, 28 mulheres foram assassinadas nos seis primeiros meses de 2025, sendo 10 somente em junho.
Apesar das ações do Governo do Estado por meio da Secretaria de Segurança Pública, a parlamentar destaca que os dados indicam que o enfrentamento ao feminicídio ainda carece de medidas mais eficazes.
De acordo com informações do Observatório Caliandra, vinculado ao Ministério Público de Mato Grosso, houve um aumento de 42,1% no número de feminicídios em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 28 assassinatos por motivos de gênero até o início desta semana, enquanto no mesmo período de 2024 foram registradas 19 mortes. A maioria dos crimes ocorreu nos meses de maio e junho.
Gisela também alerta que o número atual já representa 57% do total registrado em todo o ano de 2024, quando o estado contabilizou 47 casos de feminicídio.
Diante do cenário, a deputada reforçou a necessidade de mais políticas públicas e de maior envolvimento da sociedade no enfrentamento à violência contra a mulher.
“Em um único mês, dez vidas foram perdidas. Isso não é apenas estatística, é a prova de que estamos falhando como sociedade, como vizinhos, como família e, sobretudo, como poder público", afirmou.
Relatora do Pacote Antifeminicídio, que se tornou lei em outubro de 2024 e aumentou a pena do crime para até 40 anos de prisão, Gisela defende que a punição por si só não basta. Segundo ela, é preciso fortalecer ações de prevenção, apoio psicológico e acolhimento às vítimas.
Ela destaca que, em muitos casos, os assassinatos são cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas, geralmente em contextos de relacionamentos abusivos ou tentativas de separação. Algumas mulheres foram mortas diante dos próprios filhos — e em ao menos dois casos, as crianças também foram alvo da violência.
“Este é um crime silencioso, que impõe uma série de violências às vítimas antes de sua última agressão. Precisamos romper esse ciclo com políticas públicas estruturantes e com uma cultura de denúncia e proteção às mulheres", disse a parlamentar.
Nas redes sociais, a deputada tem usado o Instagram para convocar a sociedade a debater e propor soluções. Ela tem feito convites públicos a homens e mulheres para apresentarem ideias voltadas à prevenção da violência de gênero.
"Quero ouvir propostas para virarmos esse jogo", afirmou.
MT lidera ranking de feminicídios no Brasil, segundo Mapa da Segurança Pública
Em artigo recente, Gisela Simona alertou para a posição de Mato Grosso no Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado em 11 de junho. O estado aparece com a maior taxa de feminicídios do país, com 2,47 casos por 100 mil mulheres, superando a média nacional.
"O levantamento mostra – com uma clareza brutal – os desafios que enfrentamos enquanto nação. O Brasil segue entre os países onde mais mulheres morrem apenas por serem mulheres", destacou a parlamentar.
O estudo revelou que, em 2024, foram registrados 1.459 feminicídios no Brasil, o que representa quatro mulheres assassinadas por dia.
Outro dado citado por Gisela no artigo é o aumento de 200% nos casos de lesão corporal seguida de morte, o que, segundo ela, expõe a vulnerabilidade extrema das mulheres no cotidiano.
“Essa estatística escancara a precariedade da proteção às mulheres. Precisamos olhar para esses números com seriedade, não como dados frios, mas como retratos de vidas interrompidas”, finalizou.
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