Por Ana Krüger e Luiz Felipe Barbiéri, G1
Brasília
O Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado por Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Ibama, informou nesta sexta-feira (29) que 4.700 toneladas de resíduos já foram recolhidas do litoral brasileiro.
As autoridades concedem entrevista nesta sexta para fazer uma balanço das ações tomadas para conter o derramamento de óleo nas praias do Nordeste.
“Nessa fase de monitoramento nós verificamos uma estabilização da situação”, disse nesta sexta o almirante de esquadra, Campos, que coordena o grupo.
O monitoramento das áreas atingidas mostra que, na última semana, 99% das ocorrências correspondem a vestígios de óleo nas praias atingidas. Nas praias do Rio de Janeiro, foram encontradas 320 gramas de óleo.
De acordo com nota divulgada pelo grupo nesta quinta-feira (28), desde que foi registrada a primeira ocorrência início pelo derramamento óleo, 803 localidades foram atingidas. Ainda conforme o órgão, há 19 dias não são encontradas manchas de óleo no mar.
As primeiras manchas de óleo surgiram no dia 30 de agosto, em praias da Paraíba. Segundo o Ibama, foram feitos quatro registros nas praias Bela, Gramame, Jacumã e Tambaba nesta data.
Desastre natural descartado
Segundo o almirante Campos, dentro da investigação que corre dentro da Marinha, já foi descartada a possibilidade de desastre natural, ocorrida em razão de fissuras geológicas no fundo do oceano.
“A hipótese de exsudação, essa hipótese que a Marinha já descarou. Não vê mais hoje a possibilidade de que tenha sido exsudação, um fenômeno natural em que o óleo começa a vazar pelo oceano, fluir. Pode ser também uma prospecção de petróleo, também um posso, uma rachadura, uma fissura geológica. Algo natural. Isso a Marinha já descartou essa possibilidade”, disse o Campo.
Segundo ele, o grupo ainda investiga a probabilidade de naufrágio. O almirante informou que estão sendo analisados, inclusive, naufrágios antigos, da época da Segunda Guerra Mundial, mas as chances de que isso tenha ocorrido são baixas.
“O mais provável é o transito de embarcações com o derramamento desse óleo acidentalmente ou não”, disse.
A operação
Os trabalhos contam com o apoio de 10 mil militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea, além de 5 mil servidores e funcionários do Ibama, Instituto Chico Mendes, Defesa Civil e Petrobras.
Segundo o almirante de esquadra Campos, a Operação Amazônia Azul terá três fases. A primeira é direcionada à remediação e mitigação dos danos causados pelo aparecimento das manchas de óleo e começou após o aparecimento das primeiras manchas de óleo nas praias. Essa fase deve prosseguir até 20 de dezembro.
A segunda fase será de manutenção e controle, em que os trabalhos estarão concentrados em estabelecer um planejamento para empregar as forças do grupo e controlar novas manchas.
O almirante afirmou que na última semana, apenas vestígios do material foram encontrados no Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas e Rio de Janeiro. Além disso, a Marinha anunciou que o grupo vai ser transferido para o Rio de Janeiro. De lá será tocada a fase de monitoramento.
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