Cuiabá, 05 de Maio de 2024

CIDADES Sexta-feira, 12 de Abril de 2024, 17:40 - A | A

12 de Abril de 2024, 17h:40 - A | A

CIDADES / CASO LUCAS VELOSO

Após reconstituição fechada, pai de aluno-bombeiro que morreu em Cuiabá teme que caso fique impune

Reconstituição aconteceu na manhã desta sexta-feira (12) e foi acompanhada apenas pelos envolvidos no fato e seus advogados.

Ari Miranda
Única News



A Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) realizou na manhã desta sexta-feira (12), a reconstituição da morte do aluno-bombeiro Lucas Veloso Peres (27), morto por afogamento durante um treino de salvamento aquático na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, no dia 27 de fevereiro deste ano.

Cleuvimar Peres, pai da vítima, disse estar ansioso para que a situação, a qual ele avaliou como um “pesadelo”, tenha um desfecho satisfatório, para que ele e sua família possa colocar um ‘ponto final’ no episódio, afirmando ainda que espera a verdade dos fatos que resultaram na morte de seu filho.

O pai do aluno-bombeiro acompanhou à distância a reconstituição, na cidade de em Caiapônia, sudoeste de Goiás, cidade onde a família mora. Em Cuiabá, o advogado Djalma Cunha representou a família.

“A gente espera Justiça, que quem tiver culpa ou dolo, que é o que a gente imagina, que seja punido. Não por maldade, mas para que sirva de exemplo ao próximo instrutor, para que ele meça até onde pode chegar”, disse o pai de Lucas Veloso, emocionado.

“A reconstituição vai pegar os fatos que estão sendo narrados e colocá-los na prática, para ver se tem lógica, para saber se o que está sendo falado é verdade ou não”, completou.

Passados quase dois da morte do militar, Cleuvimar conta que a família ainda está muito abalada e está tentando juntar os pedaços. Além disso, o homem contou que começou a fazer tratamento psiquiátrico após a perda do filho e terá até mesmo que mudar de função no trabalho.

“Não consigo mais produzir no meu serviço! Desestruturou toda a minha família, toda! Estou baqueado, muito abalado, perdemos tudo que a gente tinha na vida, que era a vida do meu filho”, ressaltou.

Além disso, o pai de Lucas Veloso enfatizou que, seu principal temor é de que o inquérito seja “engavetado” e não haja punição para os culpados pela morte de seu filho.

“A penalidade militar é muito branda. Quero Justiça, e quero que ela seja cumprida, mas, infelizmente, lá no fundo, a gente não acredita que terá uma punição. Fica essa dúvida: será que vai ter ou não?”, questionou.

“Estou louco para que isso acabe, porque acho que depois que acabar, tendo ou não punição, pelo menos vou colocar um ponto final nisso. Estou sofrendo e não gostaria que outra família passasse por isso”, concluiu.

MORTE NA LAGOA

Lucas morreu na manhã do dia 27 de fevereiro deste ano, após se afogar durante um treino de salvamento aquático na Lagoa Trevisan. Natural de Caiapônia, no sudoeste de Goiás, Lucas passou no concurso público em 2022 e havia vindo para Cuiabá em junho de 2023, onde fazia o Curso de Formação de Soldados-Bombeiros (CFSd Bm).

Inicialmente, a morte do militar era tratada como um mal súbito. No entanto, após a necropsia, ficou constatado que o aluno morreu por afogamento.

Segundo informações da Polícia Civil, durante o aquecimento para o curso de salvamento aquático, Lucas teria começado a sentir falta de ar. Mesmo se sentindo mal, o aluno iniciou o procedimento quando, afundou repentinamente.

Inicialmente, a equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) chegou a atender a ocorrência. No entanto, por se tratar de um caso ocorrido na esfera militar, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBMMT) assumiu a ocorrência e instaurou um inquérito para apurar o caso.

VÍTIMA DE “CALDOS”

Conversas de WhatsApp que circularam nas redes sociais logo após o incidente, atribuídos a dois supostos alunos-bombeiros que testemunharam o acontecido na Lagoa Trevisan, levantaram a possibilidade de excessos durante o treinamento.

Conforme a conversa, Lucas Veloso teria sido vítima dos chamados “caldos”, termo usado para definir a ação de afundar a cabeça do aluno na água, segurando-o pelos cabelos ou nuca e empurrando violentamente para submersão, como forma de castigo ou punição.

O aluno foi sepultado com honras militares pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás em sua cidade natal, Caiapônia, no dia 28 de fevereiro.

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