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Da Redação
Um passo estratégico na parceria econômica entre Brasil e China foi dado em Cuiabá, neste sábado (28), com a realização do Fórum de Empresários da Agricultura Sustentável China-Brasil. O evento, que reuniu cerca de 30 empresários e altos gestores chineses do agronegócio e inovação, ao lado de importantes empresas brasileiras, buscou consolidar o Mato Grosso como um polo global de produção sustentável e atrair novos investimentos.
O Fórum foi uma iniciativa conjunta da Rede Inova, AgriHub, World Agricultural Frontier Innovation (WAFI), World Resources Institute (WRI) e do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
O ponto alto do encontro foi a assinatura de um memorando de entendimento para promover inovação, desenvolvimento de capacidades e empreendedorismo no setor agrícola, abrindo caminho para programas de intercâmbio entre os dois países.
A delegação chinesa, que passou por Londrina (PR), Brasília (DF) e São Paulo (SP), encerra sua agenda neste domingo (29) com uma visita técnica a uma fazenda em Campo Verde (MT). O objetivo é conhecer de perto as práticas de produção de sementes, insumos biológicos, algodão certificado e pecuária intensiva, reforçando o interesse chinês em modelos sustentáveis.
Sustentabilidade: exigência global
A importância da sustentabilidade para o mercado internacional foi um tema central. Guo Fangjie, gerente-geral da chinesa Henan Tailijie Biotech, destacou que certificações ambientais são cruciais e geram oportunidades de negócios. Ela exemplificou com clientes como a Coca-Cola e a Nestlé, que chegam a pagar US$ 50 a mais por tonelada de insumo certificado, evidenciando o valor agregado da produção responsável.
César Miranda, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, reforçou essa visão ao citar o sucesso do "boi China". Segundo ele, a exigência chinesa por um abate mais precoce e maior rastreabilidade na pecuária incentivou investimentos em genética e nutrição. Isso resultou na redução do ciclo do gado de quatro para dois anos e meio, liberando milhões de hectares para a agricultura sem desmatamento, provando que "não existe sustentabilidade sem viabilidade financeira".
Mato Grosso como polo de investimento e inovação
Fu Wenge, fundador da WAFI e diretor da Universidade Agrícola da China, sublinhou o vasto potencial de Mato Grosso para atrair investimentos chineses, especialmente nas cadeias da carne e do frango. A proposta é processar a proteína animal localmente, transformando-a em produtos de alta margem de lucro para o mercado chinês.
A comitiva chinesa também demonstrou grande interesse no Parque Tecnológico e na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Cáceres, visitados na sexta-feira (27).
Fu Wenge sugeriu que esses projetos, com a integração de setores e serviços da China, poderiam gerar significativos retornos fiscais e promover uma verdadeira inovação industrial, com empresas chinesas dispostas a investir onde as condições são favoráveis e rentáveis.
O Fórum China-Brasil WAFI 2025 (agora com o ano correto conforme o boletim original) reforça a visão de que o futuro do agronegócio passa pela integração entre inovação tecnológica, responsabilidade socioambiental e bons negócios, consolidando Mato Grosso como um player global em produção sustentável.
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