09 de Maio de 2025
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AGRONEGÓCIO Sábado, 13 de Julho de 2024, 17:05 - A | A

13 de Julho de 2024, 17h:05 - A | A

AGRONEGÓCIO / RISCO DE PREJUÍZOS

La Niña pode causar seca intensa e prejudicar agro no Brasil no 2º semestre

Danielle Castro
Especial para o UOL



O fenômeno La Niña está chegando ao Brasil nesta segunda quinzena de julho e deve provocar mudanças nos padrões de chuva, afetando as etapas da safra até dezembro. O frio e a estiagem tardios causados pelo evento climático podem provocar geadas no Sul, seca intensa no Centro-Oeste e atrasos pluviométricos importantes durante o plantio no Sudeste.

Segundo especialistas, as culturas mais atingidas devem ser as de soja e milho, que sofrem com a falta de água no plantio, e a de trigo, sujeita a geadas durante a florada. A demora das chuvas pode afetar ainda o cultivo de café, citrus e cana-de-açúcar.

O que é o La Niña?

La Niña é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, de acordo com o engenheiro agrônomo Lucas Ávila, professor no MBA de Agronegócios da Fundace da USP (Universidade de São Paulo) e presidente da PrimaSea Nutrição Animal e Vegetal.

Essa queda da temperatura oceânica traz impactos significativos para os padrões climáticos globais, pois o resfriamento do Pacífico é transferido de forma gradual para a atmosfera e muda a circulação e a temperatura, aumentando o risco de ondas de frio mais intensas e tardias.

Nadiara Pereira, meteorologista do setor de agronegócio da Climatempo, diz que o La Niña este ano deve começar como um fenômeno de fraca a moderada intensidade, mas deve ganhar força entre a primavera e o verão. O principal alerta é para o período de plantio da soja no interior do Brasil.

O último relatório da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) aponta que há 69% de chance de ocorrência do La Niña com temperaturas bastante frias entre agosto e outubro de 2024, ficando mais forte até dezembro.


 

Pedro Silvestre/Canal Rural MT

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Efeitos na agricultura

Jônatas Pulquério, diretor de gestão de risco agropecuário do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), lembra que "a precipitação pluviométrica é um fator determinante para o resultado da safra", sendo primordial que ocorra nos períodos certos e em intensidade satisfatória para o desenvolvimento das plantas.

O diretor reforça que as perdas nesses casos afetam a economia em cadeia, com impacto no comércio dos municípios de perfil agrícola, na venda de máquinas e equipamentos, na arrecadação de impostos e no investimento em tecnologia, construção civil e infraestrutura.

A previsão é de que o La Niña este ano não cause falta de chuva no Sudeste durante a safra, mas as precipitações podem demorar até outubro para começar, criando risco de doenças nas lavouras. "No Sul do Brasil, pode haver falta de água. A seca pode prejudicar [também] plantações de milho e soja, e há risco de secas severas em 2025", diz Ávila.

No Sudeste e no Centro-Oeste, os efeitos não são tão marcados, mas afetam a distribuição das precipitações e prolongam o período seco, causando demora na regularização das chuvas no início da primavera e atraso no plantio da soja.

Há ainda possibilidade de geadas, sobretudo nos campos de trigo do Sul do Brasil, mas que podem atingir áreas do Sudeste e do Centro-Oeste, como São Paulo e Mato Grosso do Sul, e os cultivos de cana de açúcar, café e citros.

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