Cuiabá, 26 de Abril de 2024

ARTIGOS/UNICANEWS Sexta-feira, 22 de Junho de 2018, 18:31 - A | A

22 de Junho de 2018, 18h:31 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / MARISA BATALHA

CPIs na Câmara em época eleitoral causam estranheza



(Foto: Montagem/Alair Ribeiro)

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Quem acreditou que as campanhas eleitorais, de fato, começariam - como, aliás, manda a lei -, após as convenções partidárias, está redondamente enganado. Elas tiveram início desde as trocas de farpas entre Taques e ex-aliados, mais carta-manifesto com 31 ex-apoiadores do governador tucano, que veiculou no final de abril, revelando os motivos pelos quais não eram favoráveis à reeleição do gestor. 

 

Depois veio posicionamentos como dos caciques do DEM, assegurando a saída do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, na disputa pela Governadoria do Estado. Inclusive, pautados em pesquisas internas que o coloca na frente de todos seus adversários [em particular de Taques e do senador republicano, Wellington Fagundes].

 

Chegando nesta última quinta-feira (21), o ex-governador Júlio Campos, a revelar para a imprensa, que se o problema que impedia o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, a se definir pela pré-candidatura ao governo era a viabilidade econômica, então este assunto estaria encerrado. Pois de acordo com Campos, os democratas já teriam recebido as bençãos financeiras do diretório nacional do partido. Diga-se, um 'belo auxilio econômico às campanhas majoritárias', além da viabilização de outros possíveis colaboradores.  

 

Ou seja, ainda disse Campos, se algum adversário tinha dúvida sobre a saída de Mendes, na disputa pelo Paiaguás por questão financeira, bom, este assunto já estaria resolvido.

 

Além de Mendes, obviamente há outros posicionamentos em jogo de coordenadores de campanhas - claro, dos que igualmente querem concorrer ao comando do Palácio Paiaguás -, como o do prefeito emedebista, Emanuel Pinheiro, que deve se responsabilizar pela busca do voto para o senador Fagundes, na Capital e da deputada Janaina Riva (colega de partido de Pinheiro), que deverá coordenar a campanha do senador no Estado. Ambos não escondem que vão trabalhar para o senador republicano e, assim, muito possivelmente, como ocorrem nas campanhas, não deverão medir esforços e nem fugir de quedas de braços, em favor de seu protegido. Aliás, ações que espera-se dos coordenadores de campanha em todas as siglas.

 

Aí em meio a estes posicionamentos políticos, com muitos discursos de que o eleitorado busca incansavelmente o novo. Cansados, inclusive, dos escândalos e da corrupção brasileira que beira ao desvario muitos - no entanto -, ainda usam de velhos expedientes. Ou então o mundo, convergindo espiritualmente para o desvelamento dos 'pecados' cometidos por políticos, começa a trazer à tona, empoeiradas denúncias há tempos guardadas ou esquecidas.

 

Talvez um exemplo disto seja a decisão - de uma hora para outra -, da Câmara de Vereadores de Cuiabá, palco de inúmeros escândalos diga-se de passagem, abrir duas CPIs, ao mesmo tempo, contra o ex-prefeito de Cuiabá, o democrata Mauro Mendes.

 

Uma delas é a proposição feita nesta última quinta (21), pelo vereador Luís Cláudio (PP), para apurar irregularidades em possíveis medições fantasmas, de obras na Secretaria Municipal de Educação, em 2016, quando Mendes era o gestor municipal. Que já conta com 10 assinaturas.

 

E a outra já com nove assinaturas,  do vereador Marcrean Santos (PRTB), que quer agora investigar a contratação de um sistema informatizado, também pela Secretaria de Educação de Cuiabá, ao valor de R$ 300 mil, e que nunca teria sido entregue pela empresa responsável.

 

O fato, obviamente, deve estar causando uma profunda estranheza aos democratas e, claro, ao próprio Mauro Mendes. Sem falar dos possíveis aliados  - como o ex-vice- governador Carlos Fávaro (PSD), pré-candidato ao Senado e ainda o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (PDT), que pode abandonar sua disposição de sair ao governo e se tornar o vice de Mauro -, além de outros apoiadores que já estão aí em adiantada negociação, para fazerem parte de uma coligação que tenha  musculatura de levar, quem sabe, até a Governadoria, no primeiro turno das eleições.

 

Nesta sexta-feira (22), em conversa com o Rdnews, o ex-gestor municipal chegou a avaliar com profunda estranheza a abertura das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), bem às vésperas das convenções partidárias e, claro, da campanha eleitoral.

 

Sobretudo, para apurar atos ocorridos em sua gestão na Prefeitura de Cuiabá, logo agora. Lembrando que após seu partido assegurar sua saída como pré-candidato e estimulá-lo a assumir, oficialmente, esta disposição pela disputa ao governo do Estado, os parlamentares municipais tiraram denúncias do fundo do baú. Mas que estaria absolutamente tranquilo, pois suas ações foram de absoluta transparência em relação a todos os atos realizados enquanto chefe do  Executivo municipal.

 

Também parece ser uma estratégia  - jogo comum na política -, a demora na aprovação das contas da gestão do democrata, referentes a 2016, na Casa de Leis, na Capital. As contas já foram apreciadas pelo Tribunal de Contas do Estado, com indicação para aprovação, no final de 2017.

 

Já no Parlamento municipal, a pauta está desde abril de 2018, sofrendo obstáculos para entrar em votação, mesmo com aprovação das comissões de Orçamento e Constituição e Justiça.

 

Analistas políticos dizem que esta é a velha forma de zerar índices de pesquisa de intenção de votos, particularmente quando boa parte destas intenções privilegia um dos pré-candidatos. Ou seja, uma boa maneira de colocar todos os candidatos dentro de um mesmo ringue. O último a ficar em pé ganha o desafio. 

 

Estes mesmo analistas ainda asseguram que apesar da disposição de alguns políticos, de mudar o ambiente eleitoral com novas propostas, menos gastos e, sobretudo, com menos promessas e mais propostas exequíveis; outros que também, aparentemente, adotaram as novas regras jogam, no entanto, pelas velhas estratégias. Ou seja, discurso velho, com verniz novo! 

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