Christinny dos Santos
Única News
Em 2024, Várzea Grande foi considerada a cidade mais violenta do Brasil e uma das mais letais do mundo no que se refere à letalidade no trânsito. Conforme o delegado titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, no ano passado, o município registrou 27,33 mortes para cada 100 mil habitantes. Por isso, ele se posicionou contra a retirada dos radares na cidade e classificou o feito como um “desmonte da fiscalização eletrônica”.
“Em 2024, a taxa de mortalidade em Várzea Grande por grupo de 100 mil habitantes foi de 27,33 pessoas. É um número extremamente elevado! Cidades com o trânsito considerado caótico e conturbado como São Paulo e Nova York (EUA) registraram taxa inferiores a 8 pessoas mortas por grupo de 100 mil habitantes. Então por aí já dá para ter uma dimensão da grandiosidade da violência no trânsito que está acontecendo na cidade de Várzea Grande”, informou o delegado.
A retirada de radares da cidade foi uma promessa de campanha da prefeita Flávia Moretti (PL), eleita em 2024, e colocada em prática na última quarta-feira (14). Os equipamentos eletrônicos foram retirados de pontos, segundo a Prefeitura, com menores índices de acidente e nove avenidas da cidade. Entre eles estão o cruzamento da Av. Filinto Muller com Castelo Branco no Centro e trecho na Av. Doutor Paraná, na Cohab Dom Orlando Chaves.
O titular da Deletran se posicionou contra a retirada dos radares, que classifica como essenciais para a boa educação no trânsito.
“Quanto maior a velocidade, menor o tempo em que o condutor tem para tomar decisões acerca de situações perigosas que ele detecta no trânsito, também reduz o campo de visão dele e aumenta as distâncias de frenagem. Fora a majoração do risco de sinistros, o excesso de velocidade também aumenta exponencialmente o risco de lesões graves e mortes no trânsito. Então por isso a maior preocupação de quem está embuído em reduzir a violência no trânsito é em se criar mecanismos para se reduzir velocidade em áreas de risco e os radares são os maiores aliados dos gestores e dos agentes que trabalham na repressão a violência no trânsito”, afirmou o delegado.
“Está havendo um desmonte da fiscalização eletrônica implantada em Várzea Grande. E foi uma dificuldade muito grande, Várzea Grande por muitos anos lutou para ter o estabelecimento desses radares, ela resistiu por muito tempo”, continua.
O delegado destacou a dificuldade de implementação dos radares para educar a população várzea-grandense e lamentou a retirada logo quando estavam começando a colher os bons frutos.
“E aí, pouco tempo depois de nós termos sedimentado essa fiscalização e estarmos na expectativa de começarmos a colher os frutos dessa fiscalização por que, no ano de 2024 e no ano axe 2023, Várzea Grande registrou taxas altíssimas de letalidade no trânsito, taxas que a colocam como a cidade mais violenta do Brasil e entre uma das mais violentas do mundo, [os radares foram retirados]”, afirmou.
Na Capital
Em Cuiabá, o prefeito Abílio Brunini (PL) também anunciou que estuda a implementação de um novo modelo de radares. Ele pretende remover parte dos radares de fiscalização eletrônica instalados na região central da cidade, especificamente ao longo da avenida Tenente Coronel Duarte, mais conhecida como Prainha. Para ele os equipamentos estão agravando o congestionamento, especialmente em horário de pico. “Nesse trecho ali da Prainha, nós vamos arrancar a maioria porque acaba não ajudando o trânsito e criando mais congestionamento”, afirmou.
Abílio também pretende mudar o tipo de equipamento utilizado para monitorar a velocidade dos veículos e revisar todos os pontos existentes de radares. O gestor municipal aguarda o fim do contrato com a atual empresa gestora dos radares na Capital, o que deve ocorrer no próximo mês, para realizar uma nova licitação e pôr em prática essas mudanças.
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