Wellyngton Souza
(Foto: Thiago Bergamasco)

O presidente do Conselho Estadual da Confederação Nacional do Turismo, Jaime Okamura, afirmou no final da manhã desta terça (26), que há pouco mais de três anos Cuiabá não participa de captação de recursos voltado a turismo e aos negócios. Durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, Jaime Okamura também alertou sobre as dificuldades financeiras que envolvem o setor e possíveis fechamentos de novos hotéis na capital até o próximo ano.
"Nós estamos estudando junto a prefeitura e o estado, a realização de um consórcio que tenha menos burocracia para realização de grandes eventos. E nesse consórcio também deve fazer parte a iniciativa privada. Esperamos concretizar o projeto até o primeiro semestre de 2018, para que possamos fazer a captação de eventos para realizar um evento direcionado já em 2019 e nos anos seguintes".
Segundo Jaime, há dez anos, Cuiabá enfrentava sérios problemas com a questão de hospedagem, no entanto, apesar da reviravolta para receber bem os turistas, o problema na capital do estado passou a ser outro: falta de investimentos. Okamura ressaltou que apesar da capital ter suportes como infraestrutura e hospedagem, a falta de recursos se tornou um pesadelo para aqueles que dependem do setor.
"Para a realização de grandes festividades, é preciso planejamento e recursos. Já que o nosso turismo não é de massa, precisamos recuperar na realização de eventos. Para o ano que vem, infelizmente não fizemos nenhum trabalho para captação", disse.
De acordo com Jaime Okamura, até 2014, a rede hoteleira havia uma taxa de ocupação de 70% a 75% em função dos eventos. Depois da Copa, houve aumento substancial de pelo menos 16 mil leitos em Cuiabá. Pós-Copa, praticamente todos os hotéis ficaram com menos de 50% na taxa de ocupação.
"Então o que vai ocorrer é que, aqueles que não suportam mais essa carga, vão acabar fechando como aconteceu no último ano e no início deste ano e possivelmente até em 2018. Se não houver trabalho integrado mais alguns hotéis poderão fechar no próximo ano", ressaltou.
Crise hoteleira
Desde a Copa do Mundo em julho de 2014, cerca de quatro hotéis - já consolidados na capital - fecharam as portas. O mais recente deles foi o Business Prime, na avenida República do Líbano, saída para Chapada dos Guimarães (a 65 km de Cuiabá).
Os outros que encerraram suas atividades foram o Global Garden Hotel, na avenida Miguel Sutil, o Slavieiro, na avenida do CPA, e o Hotel Mangabeiras, em Várzea Grande.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Mato Grosso (ABIH-MT), muitos hotéis foram construídos antes da Copa com a expectativa que o mercado turístico fosse ficar mais movimentado após o evento, o que não aconteceu.
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