Ana Cristina Vieira
Especial ao Única News
Quando criança, a cozinha era seu cenário favorito. Até mesmo brincando, enveredava-se pelas panelas. E o perfume dos doces de frutas em compotas, das broas, biscoitos e dos sequilhos feitos pela avó está guardado nas lembranças. O chef de cozinha Waldemar Untar coleciona aprendizados: é administrador, bacharel em Direito, pós-graduado em Gestão de Negócios e em Cozinha Brasileira.
Mas foi em suas memórias que encontrou sua maior inspiração para a gastronomia: sua avó materna Ana de Arruda Untar, de 92 anos. Neste domingo, dia 26 de julho, em que se comemora o Dia dos Avós, ele mergulha em seu repertório de lembranças e traz à tona a profunda ligação entre a gastronomia e as referências da avó em sua vida.
Segundo ele, quando menino e adolescente, acompanhava-a na feitura dos doces de frutas, como de figo, goiaba, laranja. Enquanto as crianças brincavam nas ruas, ele fazia da arrumação dos vidros que acomodariam os doces, suas brincadeiras. “Eu ficava no meio das panelas imensas e ela toda preocupada me cuidando pois os doces espirravam muito”, conta ele.
Na adolescência, a família cuiabana se mudou para uma cidade no interior de Minas Gerais, Pará de Minas, e a vocação empreendedora de Waldemar se manifestou. Lá estavam ele e sua avó materna começando um novo negócio, informal e familiar. “Estudava de manhã, na volta da escola pedia pra ela fazer brigadeiros e eu saia nas ruas vendendo seus doces”.
Arquivo pessoal
Depois ele seguiu novos rumos, fez graduações, se mudou para São Paulo, passou em concurso para Delegado Federal. No entanto, foi na gastronomia onde encontrou seu propósito e fixou suas raízes em Cuiabá. Guardou suas diversas habilidades e percebeu que sempre fora a cozinha da avó seu território de afetos. “Só de falar da minha avó, me emociono, pois sinto o cheiro da sua cozinha, me sinto na casa em Minas, ela fazendo os biscoitos e passávamos as tardes enrolando os quitutes”.
Desde a infância de Waldemar, a avó mora com a família. “Minha avó sempre foi muito ligada em mim e nas minhas irmãs, sabe aquela expressão criado por vó? Sou eu”, brinca ele. Aos 92 anos, lúcida e orgulhosa do neto, dona Ana acompanha as mudanças do cotidiano. Sente falta dos abraços apertados e dos netos empilhados em sua cama.
Em isolamento social, Waldemar atua na cozinha para feituras de pratos para entrega e depois volta para casa. Todo o cuidado é necessário pela idade de dona Ana. “Ela está sentindo a pandemia na ausência dos abraços, mas estamos o tempo todo destacando que tudo é para a saúde dela”.
O chef foi escolhido para receber uma cesta de piquenique recheada com diversos produtos Bauducco, como biscoitos, pães, torradas. “Uma cesta com cara de vó, recheada de delicadezas da Bauducco, fiquei muito emocionado e ela também. Cuidamos da alimentação dela e os biscoitos com cereais são muito saborosos”, acrescentou.
“Minha avó sempre foi muito ligada em mim e nas minhas irmãs, sabe aquela expressão criado por vó? Sou eu”, brinca Untar
Afeto – Com o cenário de eventos enfrentando uma severa crise por conta da pandemia, o empreendedor Marcio Freitas, da Enjoy Promo, buscou outras maneiras de movimentar seu negócio. Aguçou sua criatividade e elegeu o afeto para conduzir diversas ações, já que a aglomeração de um evento está suspensa. “Idealizamos uma cesta recheada de biscoitos, pães da Bauducco, além de jogo de dama personalizado, papel de carta e porta retrato, para que algumas pessoas, como o chef Waldemar Untar, presenteassem suas avós. Apresentamos a ideia para a marca, que de imediato aceitou o desafio”.
Márcio acrescenta que neste momento, os idosos estão sofrendo muito com a distância, o medo e a insegurança diante do novo coronavírus. “Temos uma data muito especial, decidimos fazer um Dia dos Avós diferente, mas com muita emoção. Precisamos todos nos unir para enfrentar os desafios com trabalho e solidariedade”.
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