07 de Julho de 2025
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JUDICIÁRIO Terça-feira, 16 de Julho de 2024, 12:53 - A | A

16 de Julho de 2024, 12h:53 - A | A

JUDICIÁRIO / ESQUEMA EM CASAS DE SHOW

Gaeco denuncia 14 por lavagem de dinheiro do Comando Vermelho; Vereador, DJ e Influencer escapam

Operação foi deflagrada em junho deste ano e investigou esquema de lavagem de dinheiro envolvendo faccionados e casas de shows da Capital.

Ari Miranda
Christinny dos Santos
Única News



O promotor de Justiça Adriano Roberto Alves, coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), formalizou nesta segunda-feira (15) a denúncia contra 14 integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, presos no âmbito da Operação Ragnatela, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT), com apoio do Gaeco e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) da Polícia Militar.

A operação foi deflagrada no dia 5 de junho deste ano em Cuiabá, contra um núcleo da organização criminosa, responsável pela prática de lavagem de dinheiro através de casas noturnas na Região Metropolitana da Capital.

RELEMBRE:

- Polícia desarticula esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho em casas de shows de Cuiabá

- Vereador, DJ, empresários, servidor: veja quem são os alvos de operação contra o Comando Vermelho em Cuiabá

- Investigações sobre lavagem de dinheiro começaram quando faccionados ameaçaram MC Daniel em Cuiabá

Foram denunciados na ação: Ana Cristina Brauna Freitas, 33 anos; Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares, 37 anos; Clawilson Almeida Lacava, 41 anos; Elzyo Jardel Xavier Pires, 40 anos; Joanilson de Lima Oliveira, 41 anos; Joadir Alves Gonçalves, 36 anos; João Lennon Arruda de Souza, 34 anos; Kamilla Beretta Bertoni, 31 anos; Lauriano Silva Gomes da Cruz, 40 anos; Matheus Araujo Barbosa, 30 anos; Rafael Piaia Pael, 32 anos; Rodrigo de Souza Leal, 32 anos; Willian Aparecido da Costa Pereira, 40 anos; e Wilson Carlos da Costa, 44 anos.

Entre os indiciados pela Polícia Civil, o DJ Everton Marcelino Muniz, conhecido como “DJ Everton Detona”; a digital influencer Stheffany Xavier de Melo Silva e o vereador Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), que também foram alvos da operação, não foram denunciados pelo Gaeco e escaparam da ação penal.

Além deles, deixaram de ser denunciados: Antidia Tatiane Moura Ribeiro, Danilo Lima de Oliveira, Renan Diego dos Santos Josetti e Vinicius Pereira da Silva. A denúncia destaca que, embora seja clara a ligação dos eventos promovidos pelo Grupo G12 com a facção Comando Vermelho para a lavagem de dinheiro, não há provas suficientes de que estes investigados estivessem cientes do envolvimento da facção criminosa.

O promotor também informou que não será proposta a suspensão condicional do processo, pois a pena mínima para os delitos imputados é superior a um ano, não atendendo aos requisitos da Lei n.º 9.099/95, enfatizando que o acordo de não persecução criminal não será oferecido aos denunciados, uma vez que não é considerada necessária e suficiente para a reprovação e prevenção dos crimes, conforme os requisitos legais do artigo 28-A do Código de Processo Penal.

O ESQUEMA

A operação foi deflagrada pela Ficco-MT nas primeiras horas do dia 5 de junho, com o o objetivo de desarticular o núcleo da maior facção criminosa do estado de Mato Grosso, responsável por lavagem de dinheiro em casas noturnas cuiabanas.

Aproximadamente 400 policiais cumpriram oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais.

Equipes da FICCO identificaram que criminosos participavam da gestão de casas noturnas da Capital. Com uso dessa estrutura, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa, em conjunto com um grupo de promoters.

As investigações apuraram que os acusados repassavam ordens para a não-contratação de artistas de unidades da Federação com influência de outras facções, sob pena de represálias deliberadas pela facção criminosa.

O grupo contava com o apoio de agentes públicos, responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação de posturas e recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Durante as apurações, identificou-se também esquema para a introdução de celulares dentro de presídios, bem como, a transferência de lideranças da facção para estabelecimentos de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado que se encontrava em liberdade.

Dois dos principais alvos da operação acabaram sendo presos pela Polícia Federal quatro dias antes da operação, em 1º de junho, quando desembarcaram em um aeroporto, no Rio de Janeiro, fazendo uso de documentos falsos e posse de grande quantidade de dinheiro em espécie e joias. Posteriormente, foram recolhidos no sistema penitenciária fluminense e também presos por força dos mandados de prisão da presente investigação.

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