Cuiabá, 19 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2022, 08:58 - A | A

19 de Janeiro de 2022, 08h:58 - A | A

JUDICIÁRIO / NO POMERI

Internação de menor que matou Isabele completa 1 ano; Judiciário nega pedidos de liberdade

Thays Amorim
Única News



Nesta quarta-feira (19), a internação na menor B.O.C, de 16 anos, no Complexo Pomeri, em Cuiabá, completou um ano. No dia 19 de janeiro de 2021, a juíza da 2ª Vara da Infância e Adolescência de Cuiabá, Cristiane Padim, determinou a internação imediata e ela se entregou na Delegacia do Adolescente, à noite.

B. é apontada como autora do disparo que matou Isabele Ramos, de 14 anos, com um tiro no rosto. O caso ocorreu em julho de 2020. 

Desde a internação, a defesa, atualmente patrocinada pelo advogado Arthur Osti, já ajuizou diversos recursos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e em instâncias superiores, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), todos negados.

Em sua decisão de janeiro do ano passado, Padim destacou que a menor responsável pela morte de Isabele “estampou frieza, hostilidade, desamor e desumanidade” ao matar a amiga. 

Na época, a magistrada apontou ainda que o ato violento que ceifou a vida de Isabele exige a internação. 

“Os registros acima demonstram que o ato infracional foi praticado com violência e possui gravidade concreta extrema, que exige a intervenção pedagógica estatal máxima, inclusive, diante da necessidade da responsabilização pelas escolhas equivocadas, com a conscientização das consequências nefastas de ceifar dolosamente a vida humana”.

A internação passa por reavaliação a cada seis meses. Em julho, o Ministério Público Estadual (MPMT) se manifestou a favor da medida socioeducativa e o juiz Tulio Duailibi Alves de Souza, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude da Capital, determinou a continuidade da internação. 

O caso

Isabele foi morta na noite de 12 de julho, na casa da amiga B.O.C., hoje com 15 anos, com um tiro que transfixou sua cabeça, entrando pelo nariz e saindo na nuca. A menina tinha passado o dia todo na casa da família Cestari, com a amiga, os pais dela e seus irmãos e os namorados de duas delas. Isabele morreu por volta das 22h.

B. alegou tiro acidental, apontando que tinha ido atrás de Isabele em um banheiro, com um case contendo duas armas nas mãos.

Esse case teria caído e, ao se levantar, ela perdeu o equilíbrio e atirou sem querer na amiga. 
No entanto, a Polícia Civil descartou essa versão e a menor vai responder por crime análogo à homicídio doloso – quando há intenção de matar.

Além do enquadramento de B.O.C. em crime análogo a homicídio doloso, também foram incriminados: os pais dela, Marcelo Cestari e Gaby Soares, por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a menor de idade, fraude processual e corrupção de menores; o sogro dela, Glauco Correa da Costa, por omissão de cautela na guarda de arma de fogo; e o ex-namorado dela, o menor G.C.C., por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo, porque transitou armado, sem autorização.

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