Cuiabá, 16 de Junho de 2024

JUDICIÁRIO Sexta-feira, 24 de Maio de 2024, 14:20 - A | A

24 de Maio de 2024, 14h:20 - A | A

JUDICIÁRIO / INDÍCIOS DE SUPERFATURAMENTO

MP pede que Justiça cancele de show de Eduardo Costa por R$ 600 mil em cidade de MT

Promotor detectou indícios a partir da comparação de valores pagos ao artista em outros municípios.

Ari Miranda
Única News



O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) deu um pareceu favorável à Justiça Estadual para proibir a Prefeitura de Feliz Natal (510 Km de Cuiabá) de pagar R$ 600 mil de cachê ao cantor sertanejo Eduardo Costa.

O promotor de Justiça Daniel Luiz dos Santos concordou com os argumentos de uma ação popular, que detectou a existência de indícios de superfaturamento no valor da contratação, a partir da comparação do valor pago pelo show do artista em outros municípios.

Para se ter uma ideia, para uma apresentação na cidade de Conquista D’Oeste (532 Km de Cuiabá) em dezembro do ano passado, a produtora responsável pelo artista cobrou um cachê de R$ 388 mil.

"Em análise aos valores de outras contratações realizadas por municípios, do mesmo artista, verifica-se que o valor em comento é um dos maiores praticados, sendo superado, apenas, por um show realizado [pelo artista] na capital do Amazonas, Manaus, cuja população é de 2 milhões de habitantes, ou seja, mais de 133 vezes a população de Feliz Natal", diz um dos trechos.

O show de Eduardo Costa está marcado para ocorrer no dia 4 de setembro, na ExpoFeliz 2024, que pretende trazer ainda a cantora Manu Bahtidão (R$ 295 mil), Humberto e Ronaldo (R$ 215 mil) e Naiara Azevedo (R$ 300 mil), totalizando mais de R$ 1,4 milhões.

No requerimento, o promotor avaliou os gastos com o evento como inadmissível, visto que a cidade, supostamente, não tem dinheiro para empenhar R$ 40 mil em um projeto voltado à capacitação cultural de crianças e adolescentes, mas gasta uma quantia milionária com shows em apenas um final de semana, com a clara intenção de “rebanhar” votos, já que 2024 é ano eleitoral.

Além disso, Daniel Luiz enfatizou que as eleições acontecem em outubro, e a ExpoFeliz um mês antes do pleito, deixando ainda mais evidente o caráter “politiqueiro” do evento.

“Se há sobras de recursos, na pasta da cultura, tais recursos podem e dever ser gastos em ações com alcance social duradouro, e não, meramente, em festa de fim de semana com clara ampliação do capital político do gestor”, apontou o órgão ministerial na peça, acrescentando que o show de Eduardo Costa é impertinente à realidade municipal e prejudicial aos cofres da cidade”, pontuou.

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