05 de Maio de 2025
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JUDICIÁRIO Terça-feira, 15 de Junho de 2021, 11:04 - A | A

15 de Junho de 2021, 11h:04 - A | A

JUDICIÁRIO / POSSE ILEGAL DE ARMAS E FRAUDE PROCESSUAL

MP propõe retificação de denúncia contra pais de adolescente que matou Isabele

Thays Amorim
Da Redação



O Ministério Público Estadual (MPMT) apresentou um aditamento à denúncia contra os pais da menor B.O.C, 15 anos, Marcelo Martins Cestari e Gaby Soares de Oliveira Cestari. O órgão propõe que o casal responda por homicídio doloso qualificado e que vão a júri popular.

B.O.C é acusada de matar Isabele Guimarães com um tiro na cabeça em julho de 2020. A Justiça determinou a internação da menor em janeiro deste ano. Ela segue internada no Centro de Ressocialização Menina Moça, no Complexo Pomeri, em Cuiabá.

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Na manifestação do dia 31 de maio, o promotor Jaime Romaquelli aponta que a denúncia precisa ser retificada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) devido a novos fatos que surgiram após a ação penal.

O promotor aponta que os denunciados entregaram uma pistola para a filha. Posteriormente, o membro do MPMT afirma que surgiram outras provas da menor, em se quarto, posando com facilidade outras armas de fogo.

“A arma de fogo utilizada nos vídeos é de propriedade do denunciado MARCELO, ao passo que, a denunciada GABY SOARES concorreu para a prática criminosa, uma vez que, foi a responsável pela filmagem, onde consta sua filha, menor BOC, na posse da arma de fogo, registrando sua performance no manuseio da arma, fato confessado por meio da petição defensiva”, diz trecho da denúncia ao qual o Única News teve acesso.

Além de entregar armas de fogo a uma adolescente, o promotor afirma ainda que o casal mantiver sub guarda, de forma ilegal, duas pistolas de calibra .380 e .37 que foram trazidas pelo namorado de B.O.C, o adolescente de 16 anos identificado como G.A.S.C.C.,

O MP enfatiza que o casal também cometeu fraude processual, após remover peças da cena original do crime, como apetrechos de manutenção de armas de fogo que se encontravam sob uma mesa da residência, “com o fim de produzir efeito em processo penal futuro”.

"Observa-se dos autos que, após ocorrido o evento fatídico em face da menor vítima Isabele, uma equipe do Samu foi acionada, sendo que, no momento em que adentraram à residência, perceberam que a denunciada Gaby estaria recolhendo vários apetrechos de manutenção de arma de fogo, os quais encontravam-se sob uma mesa na sala da residência", diz trecho da denúncia.

O promotor pediu para que sete pessoas prestem depoimento para uma nota oitiva do processo, incluindo a mãe de Isabele, a empresária Patrícia Hellen Guimarães Ramos.

O caso

Isabele foi morta na noite de 12 de julho, na casa da amiga B.O.C., hoje com 15 anos, com um tiro que transfixou sua cabeça, entrando pelo nariz e saindo na nuca. A menina tinha passado o dia todo na casa da família Cestari, com a amiga, os pais dela e seus irmãos e os namorados de duas delas. Isabele morreu por volta das 22h.

B. alegou que o tiro foi acidental. A menor disse ainda que tinha ido atrás de Isabele em um banheiro, com um case contendo duas armas nas mãos. Esse case teria caído e, ao se levantar, perdeu o equilíbrio e atirou sem querer na amiga.
No entanto, a Polícia Civil descartou essa versão e a menina responde por crime análogo à homicídio doloso – quando há intenção de matar.

Além do enquadramento de B.O.C. em crime análogo a homicídio doloso, também foram incriminados: os pais dela, Marcelo Cestari e Gaby Soares, por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a menor de idade, fraude processual e corrupção de menores; o sogro dela, Glauco Correa da Costa, por omissão de cautela na guarda de arma de fogo; e o ex-namorado dela, o menor G.C.C., por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo, porque transitou armado, sem autorização.

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