Ari Miranda
Única News
Em julgamento realizado na sexta-feira (21), o tribunal do júri condenou Ramira Gomes da Silva a 34 anos de prisão em regime inicial fechado, pelo crime de homicídio qualificado, ocultação e destruição de cadáver do próprio filho, Brian da Silva, de apenas quatro meses de idade.
O crime aconteceu em maio de 2021, no bairro Benjamin Raiser, em Sorriso (397 Km de Cuiabá), causando indignação e revolta da população em razão da crueldade cometida.
RELEMBRE:
- Suspeita de matar e enterrar bebê em quintal é presa fugindo para Manaus
- Mãe confessa que enterrou bebê porque ninguém acreditaria nela
Conforme Luiz Fernando Rossi Pipino, promotor de Justiça do caso, durante o andamento do processo, na tentativa de afirmar que a mulher era portadora de distúrbios mentais, a defesa dela requereu a realização de um exame de sanidade mental, como estratégia para tentar dizer que Ramira não sabia o que estava fazendo.
Contudo, o resultado do exame comprovou que ela “era totalmente capaz de entender o caráter ilícito de seus atos e totalmente capaz de se determinar de acordo com esse entendimento”. Houve também tentativa da defesa em transferir o julgamento para Cuiabá, o que foi negado pela Justiça.
“No dia 18, três dias antes do julgamento, a Defensoria Pública pediu que a sessão não fosse realizada e que o caso não fosse julgado em Sorriso. No dia 20, o Tribunal de Justiça negou a liminar, indeferindo o pedido de suspensão do julgamento”, informou o promotor de Justiça.
Segundo Luiz Fernando, todas as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) foram reconhecidas pelo Conselho de Sentença.
“Os jurados entenderam que o crime foi cometido por motivo torpe, por meio cruel e com a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. Também foi reconhecida a causa de aumento de pena, já que o crime foi praticado contra pessoa menor de 14 anos de idade, além da agravante do crime ter sido praticado contra descendente”, explicou.
A criminosa está presa desde o dia 18 de maio de 2021 na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto, em Cuiabá, após ter sido presa por policiais em uma embarcação no rio Madeira, em Porto Velho (RO), enquanto fugia com destino à cidade de Manaus (AM).
Com a condenação, a ré permanecerá presa.
(Foto: Reprodução/Internet)
Corpo de Brian foi encontrado por animal de estimação da nova inquilina do imóvel onde a criminosa morava.
O CRIME
Brian foi morto e esquartejado por Ramira, à época com 22 anos de idade , na madrugada de 14 de maio de 2021. No entanto, o corpo só foi encontrado três dias depois, na tarde de 17 de maio.
O crime foi descoberto após uma cadela, pertencente à nova inquilina do imóvel que alugado pela criminosa, farejar o mau cheiro e escavar um buraco, expondo parte do cadáver do bebê.
A criança teve seus últimos momentos de vida gravados pela mãe. Um vídeo obtido pelo portal JK Notícias à época dos fatos mostra o que pode ter sido os últimos momentos do menino.
VEJA VÍDEO NO FINAL DESTA MATÉRIA
Na gravação, Brian brinca com mãe, que em determinado momento do vídeo, tira a chupeta da boca do bebê e ele retribui com um sorriso.
Após matar o filho, Ramira enterrou o corpo do garoto no quintal , desocupou a casa que alugava e fugiu da cidade.
VERSÕES CONFLITANTES
Em seus depoimentos, Ramira apresentou diversas versões sobre o caso. Uma delas é que ela teria acordado e constatado que Brian estava morto e, por medo de ninguém acreditar nela, enterrou o menino no quintal. No entanto, o laudo da Perícia Oficial (Politec) revelou que o bebê morreu por traumatismo craniano.
Outra versão apresentada pela assassina foi a de que teria viajado no dia do crime, deixando o bebê com uma amiga e não sabia a causa da morte. Também chegou a dizer que a namorada dela, com quem morava em Sorriso era a responsável pela morte de Brian.
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