Christinny dos Santos
Única News
O subtenente da Polícia Militar, Elias Ribeiro da Silva, que matou o jovem Claudemir Sá Ribeiro, 26 anos, em um bar no município de Colniza, foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPT), nessa quarta-feira (02), por homicídio duplamente qualificado. Além da condenação do ex-diretor do Colégio Militar Tiradentes, o órgão pediu também uma indenização de R$ 500 mil aos familiares da vítima.
A multa é considerada valor mínimo de reparação pelos danos materiais e morais causados aos familiares de Claudemir.
O inquérito policial foi finalizado na segunda-feira, 31 de março, e as investigações da Polícia Civil concluíram que Elias agiu com motivo fútil e também de maneira a impossibilitar a defesa da vítima, conforme previsto nos incisos II e IV do § 2º do artigo 121 do Código Penal. O relatório foi acatado pelo MP, que ofereceu denúncia contra Elias pelos crimes descritos.
O crime aconteceu em 23 de março. Elias estava pagando cerveja para mulheres em um bar, quando uma delas revelou que Claudemir era seu ex-namorado. Em dado momento, ela saiu da mesa, cumprimentou a vítima e, posteriormente, deixou o local. Revoltado, o militar atirou à queima-roupa e matou o rapaz. A cena foi registrada por uma câmera de monitoramento.
Inicialmente, Elias acusou a vítima de ser integrante de uma facção criminosa e afirmou que, quando estava no bar, foi ao banheiro e ao voltar foi abordado por alguém dizendo ser o “disciplina” da organização. Segundo ele, esta pessoa seria a vítima e queria falar com ele, pois o subtenente estaria oprimindo “irmãos da facção” no colégio militar, o que teria dado início a um desentendimento, obrigando o militar agir em legítima defesa.
A versão foi desmentida por testemunhas e também pela imagem da câmera de monitoramento. Ainda assim, a Justiça determinou o cumprimento de mandado de busca e apreensão no endereço do militar e também a quebra de sigilo dos eletrônicos, com objetivo de verificar se Elias vinha sendo ameaçado.
Entretanto, as investigações não apontaram qualquer ligação da vítima com facções criminosas. Além disso, durante as investigações, testemunhas depuseram à Polícia Civil que Elias chegou a afirmar que poderia matar todos que estavam no bar, caso quisesse. E mais, minutos antes de cometer o crime, ele confidenciou a uma das pessoas presentes no local que “fazia tempo que não matava ninguém e que estava com vontade de matar alguém naquela noite”.
O promotor de Justiça entendeu que, em sua fala, Elias “revelou de antemão um comportamento violento e premeditando a própria ação criminosa, diverso do comportamento exigido por um Suboficial e Diretor do Colégio Militar Tiradentes, distanciando-se da disciplina e valores castrenses”.
A câmera de monitoramento do bar registrou ainda o momento que Elias vai até a mesa de Claudemir e após, aparentemente, dizer algumas palavras, saca a arma e atira à queima-roupa no peito do rapaz. A vítima tentou fugir, mas morreu ainda no local. Tal atitude denota a que o crime ocorreu de forma premeditada, por motivo fútil, e não permitindo que a vítima tivesse qualquer chance de defesa, segundo a denúncia do MP.
Registros mostram ainda que após os disparos, o militar deixou o local de maneira calma, sem demonstrar qualquer arrependimento, reforçando a frieza com que executou o homicídio.
Diante dos fatos, o MP denunciou Elias à Justiça pela prática do crime previsto no artigo 121, §2º, incisos II e IV, do Código Penal. E também requereu a fixação de valor mínimo a título de reparação dos danos materiais e morais causados pela prática delitiva, em benefício dos familiares da vítima no valor de R$ 500.000.
O crime
O subtenente estava “bancando” cervejas para algumas garotas no bar, quando, durante a conversa, uma delas revelou ser ex-namorada de Claudemir. Sentindo-se incomodado, o militar apontou para a vítima e afirmou que ele seria membro de uma facção criminosa, mas a mulher negou e os dois discutiram.
Então, a garota saiu da mesa e, quando retornou, cumprimentou o ex-namorado e depois foi embora para não ter que continuar a conversar Elias. Uma funcionária do bar relatou que o militar estava "com raiva" da vítima há algumas horas, justamente porque ele estava pagando cervejas para várias mulheres, que depois de um tempo saíram da mesa dele e foram se sentar com Claudemir e o irmão dele, então ameaçou matar a todos.
Em dado momento, Elias vai até a mesa de Claudemir, saca a arma e atira à queima-roupa no peito do rapaz. A vítima tentou fugir, mas morreu ainda no local.
O militar, segundo o delegado de responsável pelo caso, Ronaldo Binoti Filho, criou uma história fantasiosa. Em seu depoimento, o diretor da escola disse que ao sair do banheiro foi abordado por alguém dizendo que o “disciplina” de uma facção criminosa, que seria Claudemir, queria falar com ele, pois o Elias estaria oprimindo “irmãos da facção” no colégio militar.
Durante uma discussão, Claudemir teria se levantado e feito menção a sacar uma arma, obrigando o militar a reagir, disse Elias em depoimento. A versão foi desmentida pelas testemunhas e também pela imagem da câmera de monitoramento.
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