Uesley Durães
UOL São Paulo
Uma criança de 8 meses foi retirada do seu próprio velório, no sábado (19), em Santa Catarina, após suspeitas de que ainda estivesse viva. Ela teria mexido as mãos enquanto era velada pela família.
A bebê estava sendo velada quando, supostamente, mexeu uma das mãos. O caso aconteceu em Correia Pinto, no interior de Santa Catarina, na tarde de sábado (19).
Um farmacêutico conhecido pela família foi chamado para auxiliar no caso. O Corpo de Bombeiros Militar foi chamado para atender a ocorrência. Após a chegada, os bombeiros constataram que havia sinal de saturação de oxigênio, que estava em 83%, e 66 batimentos cardíacos por minuto, níveis considerados baixos, mas que atestavam que a criança ainda estava viva.
Bombeiros decidiram encaminhar a bebê novamente ao hospital. As informações foram prestadas ao MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), que pediu investigação imediata sobre a morte.
No hospital, o mesmo que emitiu a declaração de óbito da criança na madrugada de sábado, foi constatada novamente a morte após exame de eletrocardiograma. Em nota, a Prefeitura de Correia Pinto informou que a criança foi atendida no Hospital Faustino Riscarolli e que a diretoria geral da instituição acionou o IGP-SC (Instituto Geral de Perícias) para fazer análise cadavérica.
"Mais tarde, por volta das 19 horas, a criança foi novamente trazida ao hospital pelo Corpo de Bombeiros Municipal, com relato de sinais de saturação. A equipe médica, mais uma vez atendeu a criança, e foi constatado o óbito. Diante dessa situação, a Diretora Geral da Fundação Hospitalar Faustino Riscarolli prontamente acionou o Instituto Geral de Perícias, que realizará a análise e emitirá o laudo conclusivo no prazo de aproximadamente 30 dias", diz nota da Prefeitura de Correia Pinto.
Agente funerário diz que recebeu declaração de óbito do hospital
Na madrugada de sábado, a declaração de Óbito da bebê foi entregue a um agente funerário. Áureo Ramos, que administra a Funerária São José, disse ao UOL que atendeu a família da criança e que o processo de recebimento e transporte do corpo aconteceu dentro da normalidade.
Contudo, por se tratar de um bebê, a preparação do corpo para o velório se deu de forma diferente. Ramos explica que não houve a tanatopraxia — remoção de fases e líquidos do corpo.
"Trouxemos para funerária, o pai e a mãe foram pegar uma roupa. Levamos o bebê para o laboratório e fizemos o preparamento legal. Com criança o procedimento é diferente, a gente da banho, coloca a roupinha e leva para o velório, mas não faz a tanatopraxia. Isso já era uma 5h30 da manhã. Aí a família escolheu uma urna, coroa, tudo normal. Até então criança estava com os lábios roxos, a unha. Não aparentava nada", disse Áureo Ramos, dono da funerária.
O responsável pela funerária disse ao UOL que foi chamado até o velório após relatarem que a criança mexeu a mão. Ao chegar lá, Ramos acompanhou o trabalho dos bombeiros e notou que havia saturação de oxigênio.
IGP vai analisar causas da morte
Constava na declaração de óbito da criança desidratação. Contudo, após o episódio, o corpo da bebê foi entregue ao IGP-SC, que analisará as causas da morte e entregará um relatório em 30 dias, segundo o MPSC. Ainda de acordo com o MPSC, em nota, o médico que atendeu à família havia relatado que a criança morreu após asfixia por vômito — diferente do que constava na declaração.
Às 13h deste domingo (20), o corpo da criança foi novamente entregue para a funerária. O administrador do local disse ao UOL que um novo velório foi realizado, mas que a causa da morte não é mais sabida.
O MPSC se pronunciou pedindo apuração imediata do que aconteceu.