Elloise Guedes
Única News
Um outro acidente com pólvora já foi registrado, na casa da família Cestari, antes da morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, em julho deste ano. Essa informação foi citada pelo Ministério Público Estadual (MPE), no pedido para aumentar a fiança de Marcelo Cestari, encaminhado ao Poder Judiciário. O acidente teria acontecido em 2019. Na época, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisou ser acionado.
Essa informação foi retirada do depoimento de uma vizinha do empresário Marcelo Cestari, pai da adolescente B.O.C., acusada de atirar em Isabele. Conforme o depoimento, o fato é de conhecimento dos moradores do condomínio.
Segundo o depoimento do enfermeiro que foi ao local no dia do acidente, o manuseio de armas de fogo pela família de Cestari era frequente na residência, sobretudo em ambientes comuns de convivência. Marcelo admitiu que o acesso às armas era comum, mas apenas dos armamentos utilizados em práticas esportivas.
Conforme o enfermeiro, ao chegar no local ele viu uma série de objetos para manutenção de armas sobre uma mesa na sala da casa. No momento, uma mulher de vestido vermelho, que seria esposa de Cestari, tentou recolher os materiais, mas foi orientada pelo profissional da saúde que não poderia fazer aquilo pois se tratava de uma cena de crime.
O enfermeiro contou ainda que o empresário aumentou o tom de voz e falou que o acidente não aconteceu naquela parte da casa e, sim, no piso superior, no banheiro.
O caso
Bel, como era chamada pelos amigos, foi encontrada morta no dia 12 de julho, no banheiro da casa da família Cestari, com um tiro na cabeça. A autora do disparo é a amiga B.O.C., de 14 anos. Ela alega que o tiro foi acidental.
O tiro entrou na região da narina e saiu pela nuca. A arma usada foi uma pistola PT .380, que pertence ao sogro da acusada. Em depoimento, o namorado dela afirma que ele não deixou a arma carregada.
No dia do acidente, Marcelo chegou a ser preso por porte ilegal. Ele pagou uma fiança de mil reais e foi liberado no mesmo dia.
A mãe de Isabele, Patrícia Ramos, disse em depoimento que não acredita que o tiro foi acidental e luta por justiça. A investigação está sendo conduzida por duas delegacias, a Delegacia Especializada na Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (DEDDICA) e a Delegacia Especializada no Adolescente (DEA).
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