09 de Maio de 2025
facebook twitter instagram youtube

POLÍCIA Sexta-feira, 11 de Outubro de 2024, 12:18 - A | A

11 de Outubro de 2024, 12h:18 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO BITTRACK

Delegado atira contra alvo de operação em Várzea Grande e alega legítima defesa

Suspeito foi indiciado por envolvimento em esquema de fraude virtual em Santa Catarina. Esposa alegou que delegado atirou sem motivo no suspeito.

Ari Miranda
Única News



Um homem de iniciais A.M.S.S. (30) foi atingido por um disparo de arma de fogo por um delegado de Polícia Civil, nesta quinta-feira (10), durante apoio ao cumprimento de mandado de busca e apreensão da Operação Bittrack, da Polícia Civil de Santa Catarina, que investigava uma quadrilha especializada em fraudes bancárias, que atuava em 13 estados do país.

Durante o cumprimento do mandado de prisão, no Conjunto Habitacional Canelas, em Várzea Grande, o delegado Ruy Guilherme Peral Silva, da Polícia Civil de MT, acabou atirando contra o investigado, que segundo apurado pelo Única News, acabou atingido no rosto.

A queixa contra o delegado foi feita pela esposa de A.M.S.S., que registrou um boletim de ocorrência contra o delegado.

Em depoimento, a mulher disse que estava em casa com o esposo quando, por volta das 6h40 da manhã, alguém bateu na porta. Segundo ela, quando o marido foi abrir e acabou atingido na face por um disparo de arma de fogo à queima-roupa.

Ainda de acordo com a denunciante, logo após o tiro, o cachorro se assustou e o delegado teria dito que se o animal avançasse contra a equipe, ele seria “mais um que morreria”. Além disso, a mulher garantiu que só depois do acontecido ficou sabendo que se tratava de um cumprimento de mandado de prisão, destacando ainda que o mandado só foi apresentado a ela tempo depois da invasão.

Em seu relato, a esposa do indiciado também disse que após o disparo efetuado contra seu marido, apenas a equipe de policiais civis de Santa Catarina, que participavam da ação, deu os primeiros socorros ao marido dela.

Diante dos fatos, a mulher pediu que seja feita uma perícia em sua residência, além de pedir uma investigação às condutas do delegado e que a arma do oficial seja recolhida e seu porte de arma suspenso, pedindo ainda uma medida protetiva, alegando temer por sua segurança e de suas filhas, ambas menores de idade.

OUTRO LADO

Após o ocorrido, o delegado Ruy Guilherme também registrou um BO, onde refutou as acusações feitas pela mulher, explicando que tinha ido à residência para cumprir o mandado de prisão contra A.M., que abriu o portão e, ao ver que se tratava de policiais, rapidamente tentou fechar o portão ‘na cara’ dos agentes, que forçaram a entrada para cumprir a ordem judicial.

Conforme o delegado, em determinado momento, o indiciado fez um movimento brusco com as mãos rumo à cintura, como se fosse sacar uma arma de fogo, momento em que ele viu a necessidade de efetuar um disparo para evitar que algum dos membros da equipe ou até mesmo ele fossem atingidos.

Todavia, após atirar, o delegado disse ter percebido que o suspeito portava na cintura um celular de cor preta, que acabou destruído após cair no chão. Destacou ainda que imediatamente após o disparo, a equipe socorreu A.M.S.S. e o encaminhou ao Pronto Atendimento Municipal de Várzea Grande, onde foi descartado o risco de morte do indiciado, que optou por continuar o atendimento no Hospital Jardim Cuiabá, de onde saiu direto para a delegacia após receber atendimento médico.

O delegado ainda ressaltou que na casa do homem, as equipes apreenderam R$ 125.814,00 em espécie e sem origem lícita comprovada.

O caso deve ser investigado pela Polícia Civil, que aguardará o posicionamento da Corregedoria da corporação, responsável por analisar as condutas do profissional.

A OPERAÇÃO 

Deflagrada pela Divisão de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil de Santa Catarina, a operação Bittrack contou com o apoio da Coordenação Geral de Combate ao Crime Organizado e do Laboratório de Operações Cibernéticas da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, bem como das Delegacias Especializadas da DEIC, além das Polícias Civis dos Estados do Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Roraima, Bahia, Pará, Maranhão e Goiás.

64 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 13 diferentes estados brasileiros.

A investigação revelou que os valores subtraídos tinham origem em uma prefeitura de Santa Catarina e foram repassados para criminosos operando em outros estados, com o objetivo de financiar atividades ilícitas.

A organização criminosa, composta por indivíduos que já possuem condenações por crimes semelhantes aos investigados na operação, utilizava contas de laranjas para converter os valores subtraídos em Bitcoins, transferindo esses ativos digitais para carteiras privadas na blockchain, dificultando assim o rastreamento e ocultando a origem ilícita dos recursos. No entanto, graças ao uso da ferramenta de rastreamento e inteligência de blockchain da Chainalysis, a DRCI foi capaz de rastrear os Bitcoins até os endereços de carteiras pertencentes à cúpula da organização criminosa.

Além de mandados de prisão e de busca e apreensão, as medidas judiciais incluíram a indisponibilidade de veículos, o bloqueios de contas bancárias e de criptoativos, bem como o sequestro de bens e valores e apreensão de dispositivos informáticos, que serão submetidos à perícia para aprofundar as investigações.

  ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI  

RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3