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POLÍCIA Quinta-feira, 16 de Julho de 2020, 17:18 - A | A

16 de Julho de 2020, 17h:18 - A | A

POLÍCIA / CASO ISABELE

Empresário admite ter sido negligente ao pedir para filha guardar arma

Elloise Guedes
Única News



O empresário Marcelo Martins Cestari, de 46 anos, pai da adolescente que matou acidentalmente a melhor amiga, Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, disse em seu depoimento que acredita ter sido negligente ao não prestar atenção em como a arma de onde saiu o tiro foi guardada. O incidente aconteceu na noite do último domingo (12), no condomínio de luxo Alphaville I, em Cuiabá.

Marcelo prestou depoimento na terça-feira (14), na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O empresário pontuou que só percebeu que a vítima havia sido atingida, após a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acreditando que ela havia sofrido uma queda no banheiro.

Ainda conforme o relato, Marcelo contou que possui sete armas de fogo e pratica tiro esportivo desde novembro de 2018. Como gostou do esporte, levou toda a família para praticá-lo.

Segundo ele, a filha e Isabele eram bastante amigas e a vítima passou a frequentar mais sua casa depois da morte do pai, ocorrida em 2018, em em acidente de carro.

No dia do fato, o empresário contou que a família estava vendo fotos antigas e que aproveitou o momento para fazer a limpeza de duas armas, que seriam utilizadas em treinamento pelas filhas e sua esposa, já que ele iria viajar a negócios na terça-feira. Logo depois, o namorado da filha chegou na residência com mais duas armas, que também seriam utilizadas para a prática de tiro esportivo e as mostrou para todos. Marcelo pontuou que teria interesse em comprá-las, mas que estava analisando.

Foi então que o genro pediu para deixar as armas na casa da família, pois, como estavam no nome de seu pai, teria ficado com receio de ser parado pela polícia. Marcelo foi questionado pelo delegado sobre o por que de não prestar atenção em como o armamento foi guardado. O empresário admitiu se sentir negligente neste sentido, acreditando que poderia ter dado mais atenção e tomado mais cuidado na vigilância de um adolescente armado dentro da sua casa.

Assim como a filha disse em seu depoimento, Marcelo pediu para que ela levasse a arma para o closet, no andar de cima, onde seria guardada. Depois de um tempo, disse ter ouvido um barulho, parecendo o fechamento de uma porta de vidro. Porém, como estava distante e com as portas fechadas, não identificou que seria o som de um disparo.

Imediatamente, Marcelo disse ter ouvido sua esposa gritando e também sua filha, que estava em pânico. Quando chegou ao banheiro, Marcelo explicou que viu Isabele caída e gritou para que acionassem o Samu. Ainda naquele momento, Marcelo afirmou não ter percebido que a menina havia sido atingida por um tiro, já que não havia sangue nem marca. Ele então iniciou procedimentos repassados pelo atendendo do Samu.

Durante a tentativa de salvar Isabele, Marcelo disse que sentiu uma “bola” na nuca da menina, mas continuou a proceder com a massagem cardíaca e a medir a pulsação dela. Depois, um médico conhecido chegou e constatou o óbito. Marcelo disse só ter percebido que ela havia sido atingida por um disparo, quando foi questionado pela equipe do Samu.

Ele ainda disse ter ouvido, mas não se lembra de quem, que a menina havia sido atingida por um disparo de arma de fogo. Somente depois, segundo o empresário, é que ele ficou sabendo que o tiro partiu da arma que havia pedido para sua filha guardar.

Cestari disse que não fez uso de bebida alcoólica ou entorpecentes no dia do fato. Acrescentou também que não houve desentendimento ou qualquer tipo de briga naquele dia. Segundo ele, é comum em sua casa que seus filhos transportem armas de fogo, que seriam utilizadas no tiro esportivo, mas somente quando iriam fazer treinamento ou quando determinado por ele.

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