Christinny dos Santos
Única News
A Justiça de Mato Grosso negou o pedido da família do policial militar Ricker Maxiano de Moraes, que matou a esposa Gabrieli Daniel de Moraes, de obter a guarda provisória dos dois filhos do casal, de 3 e 5 anos de idade. O juiz Ricardo Alexandre Riccielli Sobrinho, da 4ª Vara Especializada de Família e Sucessões do Fórum de Cuiabá, concedeu a guarda para a mãe da vítima, Noemi Daniel.
O feminicídio ocorreu no dia 25 de maio, no bairro Praieirinho, em Cuiabá. O policial militar tirou a vida da esposa na frente dos dois filhos do casal, com três tiros de uma pistola .40. Ele fugiu do local, levando as crianças e depois as deixou na casa de seu pai. Ele se entregou à polícia horas mais tarde, após a repercussão do crime.
Segundo Noemi, enquanto estavam sob a guarda dos avós paternos, dois dias após o crime, as crianças foram levadas para visitar Ricker, que está preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope). Horrorizada, ela veio do Pará com a missão de assegurar, na Justiça, a guarda dos netos.
“Fiquei horrorizada. A minha filha tinha sido enterrada e dois dias depois eles foram ver o pai. […] É muito importante estarem comigo, porque eles são um pedacinho da minha filha [...] Não está sendo nada fácil, mas essa é a primeira batalha que estamos vencendo e vamos vencer a outra, quando ele for julgado e condenado", relatou a mãe de Gabrieli, bastante emocionada.
O crime
Gabrieli Daniel de Moraes, de 32 anos, foi morta pelo marido, o policial Ricker Maximiano de Moraes, com três tiros de uma pistola .40 na cabeça. Ela morreu na cozinha da casa onde morava com o policial e os dois filhos do casal, de 3 e 5 anos, que presenciaram o crime, no bairro Praeirinho, em Cuiabá.
Após matar a esposa, o militar fugiu do local, levando as crianças e depois as deixou na casa de seu pai. Ele se entregou à polícia horas mais tarde, após a repercussão do crime. Assim que foi acionada dos fatos, os policiais da DHPP iniciaram as diligências e conseguiram apreender o celular do investigado e o veículo utilizado na fuga, na residência dos pais do policial. A arma utilizada no crime foi apresentada na delegacia pela Polícia Militar.
Ricker passou por audiência de custódia na segunda-feira (26), ocasião em que sua defesa pediu pela liberdade provisória alegando quadro de depressão grave, quadro de instabilidade emocional e episódios de ideação suicida. O pedido foi negado e a Justiça determinou que ele ficasse custodiado em cela no Bope.
“Momento de cabeça quente”
Em depoimento, o policial militar classificou o próprio crime como uma "fatalidade" e alegou que matou a esposa no calor do momento, quando estava "de cabeça quente". Apesar de lamentar o ocorrido, ele intuiu que não há como voltar atrás.
Durante o depoimento, ao qual o Única News teve acesso, Ricker afirmou que costuma passar tempo com sua família, que "estragou" com o feminicídio. “Eu frequento mais trabalho, minha casa, a minha família e a igreja. Minha família, mas, infelizmente, eu estraguei a minha família. Infelizmente, foi uma fatalidade. Um momento de cabeça quente ali”, diz o PM em. Ele faz silêncio por alguns segundos e antes de seguir ele balbucia; “fazer o quê?”.
Apesar de responder seus dados pessoais e outras perguntas pertinentes, Ricker optou pelo direito constitucional ao silêncio e se negou a participar do interrogatório. Ele alegou que não estava em condições de responder das autoridades e dar detalhes do crime.
Histórico de violência
Ricker já é réu pela tentativa de homicídio de um adolescente de 17 anos que aconteceu em junho de 2018.Ele estava discutindo com a então namorada na rua, quando os jovens passaram pelo casal e riram da situação. Furioso, ele quis tirar satisfação com os adolescentes e os perseguiu pela rua com arma em punho. Em determinado momento, ele atirou e atingiu um dos jovens nas costas. O menino foi socorrido, mas ficou com sequelas permanentes.
O PM foi denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio por motivo fútil, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ele se tornou réu e sua defesa era realizada por advogado da Associação dos Sargentos, Subtenentes, Oficiais Administrativos e Especialistas Ativos e Inativos da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso. (ASSOADE-MT). Durante sessão no Fórum de Cuiabá, nesta quarta-feira, o militar pediu que a partir de agora Rodrigo Pouso assuma o caso, por isso a audiência foi cancelada e ainda não foi definida nova data.
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